O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) considera que as propostas que o Governo vai levar à mesa das negociações com os sindicatos dos professores são "muito insuficientes".

O Ministério da Educação admite vincular professores ao fim de três contratos, segundo confirmou a Renascença junto de fonte do Governo. O Executivo deverá ainda ir mais longe na proposta de reconfiguração dos quadros de zona pedagógica e admitir abrir lugares de quadros de escola para fixar professores.

À Renascença, João Dias da Silva refere que estas propostas "ainda não tocam em algumas questões que consideramos essenciais".

"Não podemos limitar a negociação à questão do desenvolvimento dos concursos. Quando se fala em três contratações sucessivas, de quanto tempo estamos a falar? É pouco", diz.

O secretário-geral da FNE aponta, ainda, que o Governo já propunha medidas semelhantes, em setembro, e que, as intenções do Ministério conhecidas este domingo, "não trazem nada de novo".

"Aquilo que fomos dizendo é que apostávamos num processo negocial, mas estamos reféns de um processo que é estendido no tempo e inconclusivo. Não estamos a caminhar no sentido de uma verdadeira negociação", afirmou, também, admitindo novas formas de contestação.

Estas propostas do Governo surgem um dia depois de uma manifestação de milhares de professores, em Lisboa, onde se ouviram pedidos de demissão do ministro João Costa.