Milhares de professores manifestam-se em Lisboa com pedidos de demissão

Ao som de tambores e de buzinas, os professores levantam lenços brancos para dizer "adeus ao senhor ministro" e exibem cartazes a pedir dignidade pela profissão, pela escola pública e pelo acesso ao topo das carreiras.

14 jan, 2023 - 15:03 • Ana Carrilho, com Lusa



"Costa, escuta! A escola está em luta". Professores manifestam-se em Lisboa

Milhares de professores de todo o país estão hoje concentrados em Lisboa, numa manifestação em defesa da escola pública e contra as propostas de alteração dos concursos. Críticas às políticas do Governo para o setor e pedidos de demissão do ministro da Educação, João Costa, marcam o protesto.

A manifestação é convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), mas conta com centenas de professores não sindicalizados. Os docentes estão concentrados no Marquês de Pombal e seguem depois para a Praça do Comércio, no centro da capital.

A Polícia de Segurança Pública aponta para quase 30 mil manifestantes, contrariando os números da organização que falavam numa adesão de 100 mil pessoas ao protesto.


Foto: António Cotrim/Lusa
Foto: António Cotrim/Lusa
Foto: António Cotrim/Lusa
Foto: António Cotrim/Lusa


Ao som de tambores e de buzinas, os professores levantam lenços brancos para dizer "adeus ao senhor ministro" e exibem cartazes a pedir dignidade pela profissão, pela escola pública e pelo acesso ao topo das carreiras.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador nacional do STOP, André Pestana, disse que a luta dos professores é pela defesa da escola pública e reúne também pessoal não docente, todos na exigência de uma "escola pública de qualidade e de excelência".


Foto: António Cotrim/Lusa
Foto: António Cotrim/Lusa

Para o sindicalista, esta contestação - que deverá aumentar na próxima semana, depois de declarações do ministro da Educação, João Costa, na sexta-feira, manifestando-se preocupado com a desproporcionalidade da greve convocada pelo STOP e admitindo a possibilidade de recorrer a serviços mínimos - é também "uma luta pelos alunos".

"Ministro, escuta, a escola está em luta", "não à municipalização" e "unidos pela educação" são algumas das palavras de ordem dos milhares de participantes no protesto.

A manifestação de hoje é a segunda na capital no período de um mês, tendo a primeira reunido mais de 20 mil professores, segundo estimativas do sindicato.


Fotos: Ana Carrilho/RR
Fotos: Ana Carrilho/RR


[notícia atualizada às 17h03]


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