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A invasão da Ucrânia pelas forças da Rússia representa o “maior abalo sistémico na arquitetura de segurança europeia desde o final da Guerra Fria”, afirma o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa diz que as exigências de Moscovo "inviabilizam soluções”.

O conflito “enterrou a premissa da impossibilidade de uma guerra convencional entre Estados numa Europa economicamente interdependente e regulada por acordos escritos”, declarou o chefe de Estado, esta segunda-feira, na abertura de um debate sobre a invasão da Ucrânia, organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a guerra na Ucrânia está a evidenciar o trabalho que está por fazer.

Marcelo Rebelo de Sousa critica a lentidão com que a Europa tem andado na energia, onde se encontra claramente vulnerável. Este conflito expôs ainda várias fragilidades europeias, da economia à segurança, sublinha.

Por tudo isto, o chefe de Estado diz que é urgente encontrar um desfecho do conflito, que já provocou 3,5 milhões de refugiados e matou pelo menos 925 civis, através de negociações sérias.

O Presidente da República considera que “estamos numa corrida contra o tempo” para travar a guerra na Europa e o drama humanitário, mas a Rússia tem que querer um entendimento.

“Negociações eficazes, significa sérias e não manobras de diversão para ganhar tempo, enfraquecer ou dividir a outra parte no conflito, com mediação à altura e uma disponibilidade diferente da parte russa, que no dia a dia tem colocado exigências que inviabilizam soluções.”

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que é fundamental a resiliência na aplicação das sanções contra a Rússia e unidade no Ocidente.

Qualquer escalada deste conflito é indesejada e perigosíssima, alerta o Presidente da República.