O major-general Kyrylo Budanov prevê que em meados de agosto os combates vão ter um ponto de viragem e acredita que os ucranianos vão recuperar os territórios perdidos. Diz ainda que está em marcha um golpe na Rússia para destituir Putin, e que o presidente russo está doente.
O dia dos 77 anos da capitulação nazi fica marcado por duas imagens contrastantes. Em Moscovo, a pompa de um desfile militar, com milhares de soldados russos na Praça Vermelha a sorrir para uma tribuna de honra encabeçada por Vladimir Putin. Em Kiev, Volodymyr Zelenskiy caminhou sozinho na avenida onde, em circunstâncias normais, decorreria o desfile da vitória. Na imensidão e no silêncio, o líder ucraniano deixou uma mensagem de confiança na vitória.
Sandra Fernandes, investigadora da Universidade do Minho, sublinha que “os objetivos russos não foram cumpridos” e tiveram que ser “redefinidos” devido à resistência ucraniana.
Forças russas ensaiam parada militar e anunciam destruição de armamento ocidental. Biden responde com mais material bélico. Por cá, também se falou de blindados e ajuda à Ucrânia, mas com muitas reservas e secretismo.
“A janela de tempo para Putin ter sucesso na Ucrânia está a fechar-se e, em breve, o foco vai estar em como poderá o autocrata controlar a sociedade russa, enquanto comandante de um exército derrotado”, defende Scott Lucas, professor da Universidade de Birmingham.
Novo pacote de sanções da União Europeia à Rússia vai a votos esta sexta-feira e inclui Cirilo, Alina Kabaeva, a família do porta-voz de Putin e um embargo ao petróleo russo.
É possível cobrir uma guerra dos dois lados? Só se for do interesse de ambos. “Na crise no Kosovo, os sérvios tinham a perceção de que se colocassem meios de comunicação ocidentais rapidamente em locais dos bombardeamentos da NATO, isso iria minar o apoio público pela guerra. Eles tinham algo a ganhar com isso”, lembra Jake Lynch, antigo jornalista da Sky News, em declarações à Renascença.Na guerra na Ucrânia, o acesso às trincheiras russas tem sido um problema. “Temos de ir à procura do contraditório. Mas aqui não há contraditório, porque o contraditório é falso”, diz a professora universitária Dora Santos Silva.