As autoridades francesas detiveram um homem suspeito de ter contactado com o autor do ataque que, na quinta-feira, matou três pessoas numa igreja católica de Nice, em França, segundo fonte judicial.

De acordo com a fonte, o homem, com 47 anos, é suspeito de ter mantido contacto com o agressor e foi levado sob custódia policial na noite de quinta-feira.

O autor do ataque é um tunisiano de 21 anos que chegou a França no dia 9 de outubro, vindo da Itália. O detido é suspeito de ter estado em contacto com ele na véspera dos acontecimentos, segundo a fonte judicial, confirmando uma informação divulgada pelo jornal “Nice-Matin”.

Três pessoas morreram, uma delas degolada, no interior da basílica de Nossa Senhora de Nice, num ataque perpetrado por um homem armado com uma arma branca.

O agressor, que foi rapidamente detido pela polícia, foi ferido a tiro com gravidade e transportado para o hospital com vida.

Segundo fonte próxima do inquérito, o atacante gritou “Allah Akbar” (“Deus é grande”).

O ataque ocorreu duas semanas depois da decapitação de um professor na região parisiense, assassinado depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.

Numa homenagem ao professor, Samuel Paty, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou o compromisso de França com a liberdade de expressão, incluindo a publicação de caricaturas.

As declarações do chefe de Estado francês suscitaram contestação em vários países muçulmanos, incluindo manifestações e boicotes aos produtos franceses.

“Estamos em guerra”

A França está empenhada numa guerra contra o islamismo e são, por isso, previsíveis mais ataques em solo francês, avisa o ministro do Interior nesta sexta-feira.

"Estamos em uma guerra contra um inimigo que está tanto dentro quanto fora", afirmou Gérald Damarnin à rádio RTL.

"Precisamos entender que houve e haverá outros eventos, como esses ataques terríveis", alertou.


Na quinta-feira, ao visitar o local do ataque, o Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu: “não vamos ceder” aos ataques contra os valores franceses, “o seu gosto pela liberdade e liberdade de crença”.

Macron adiantou que França irá mobilizar mais militares para proteger locais importantes, como igrejas e escolas – isto, depois de ter sido elevado o nível de alerta terrorista.