O primeiro-ministro, António Costa, admitiu que os máximos da taxa de inflação homóloga, divulgados esta terça-feira, são "um fator de preocupação", atribuindo-os ao "preço elevado que a Europa está a pagar" pela guerra na Ucrânia, causada pela invasão russa.

"Toda a Europa está a pagar um preço elevado. Nós temos a quinta inflação mais baixa da Europa, mas mesmo assim elevadíssima, sobretudo, marcada pela energia, sendo este um efeito global que a guerra está a gerar nas nossas economias e claro que isso é um fator de preocupação", declarou António Costa.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final da cimeira extraordinária de líderes da União Europeia (UE), o chefe de Governo recordou que "ainda hoje saíram os números da inflação em Portugal e, como se pode verificar, a inflação tem uma subida significativa, essencialmente fruto da enorme subida que os preços dos produtos energéticos têm no conjunto da economia" comunitária.

"Por isso é que temos vindo a adotar medidas para apoiar as famílias mais vulneráveis e as empresas mais dependentes da energia e um conjunto medidas para procurar mitigar esta pressão sobre o aumento do preço da energia e é isso que nos tem permitido ter, ainda assim, uma das inflações mais baixas no quadro da UE", elencou.

Recordando as medidas já adotadas em Portugal, como da redução do ISP e a diminuição do preço da eletricidade, António Costa adiantou esperar que, "brevemente, a Comissão Europeia aprove o mecanismo ibérico que permitirá controlar esta subida dos preços, evitando que a subida do preço do gás contamine" os valores da eletricidade.

Em Portugal, a inflação medida pela taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor terá aumentado para 8% em maio, face aos 7,2% de abril, o valor mais alto desde fevereiro de 1993, avançou o Instituto Nacional de Estatística esta terça-feira.