A diocese de Angra e a arquidiocese de Évora anunciaram, esta quarta-feira, o afastamento preventivo de sacerdotes suspeitos da prática de abusos. As decisões foram anunciadas através de comunicados publicados nos respetivos sites diocesanos.

A diocese de Angra, nos Açores, confirma a suspensão de dois padres - um de São Miguel, outro da ilha Terceira – cujos nomes constam da lista entregue pela Comissão Independente.

Os dois sacerdotes ficam “impedidos do exercício público do ministério até ao final do processo de investigação prévia”, que já foi iniciado “de acordo com as normas canónicas”, seguindo-se a participação ao Ministério Público.

Também a arquidiocese de Évora anunciou o afastamento de um padre suspeito e que consta da mesma lista.

Foi já aberta uma investigação prévia aos factos, alegadamente “referentes a abusos ocorridos contra rapazes na década de 1980, no Seminário Menor”. O caso seguirá para o Dicastério da Doutrina da Fé, em Roma”.

Ao todo, Évora recebeu dois nomes de sacerdotes suspeitos, um deles já faleceu. Sobre o outro o arcebispo de Évora pediu “informação complementar” à Comissão Independente e, com base nos esclarecimentos que recebeu ontem, 7 de março, D. Francisco Senra Coelho avançou com a medida cautelar e com a investigação.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, D. Francisco Senra Coelho explica que o caso está agora a ser analisado pelo Vaticano.

“Interroguei o sacerdote, conversei com ele, dei-lhe a conhecer a situação e, por vários motivos, como por exemplo: não haver perigo de segurança para nenhuma criança na comunidade paroquial, não ser motivo de divisão na comunidade e também para a segurança do próprio, o sacerdote cautelarmente é retirado. Porque o senhor padre, por motivos cautelares, está retirado de pároco e de qualquer contacto com menores, até que venha a resposta de Roma”, afirma o arcebispo de Évora.