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O ministro das Finanças, Fernando Medina, anunciou esta segunda-feira o afastamento de Christine Ourmières-Widener de diretora executiva da TAP, bem como de Manuel Beja, presidente do conselho de administração da companhia aérea.

De acordo com Fernando Medina, o Estado invoca justa causa e não vai indemnizar Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram agora exonerados da companhia aérea.

"Era essencial virar a página na gestão da empresa que recupere laços de confiança da TAP com o país, que devolva sobriedade às práticas da empresa, que prossiga à aplicação do plano de reestruturação de forma eficaz tendo em vista a concretização bem sucedida da privatização", declarou Fernando Medina, em conferência de imprensa.

Luís Rodrigues, atual presidente da SATA, vai ser o CEO e presidente do conselho de administração da TAP, adiantou o ministro das Infraestruturas, João Galamba, na mesma conferência de imprensa.

Os três grandes desafios do novo presidente executivo da TAP são "devolver a confiança na TAP e a paz social e continuar a implementar com sucesso o plano de reestruturação", "conduzir o processo de abertura e de privatização e de capital da TAP" e "a condução com sucesso das negociações com as estruturas sindicais e com os trabalhadores da TAP".

As demissões acontecem na sequência do caso Alexandra Reis. O relatório da Inspeção-Geral da Finanças, divulgado por Fernando Medina, conclui pela nulidade do acordo celebrado em janeiro de 2022 e a ex-gestora da TAP terá de devolver a verba "indevidamente paga", no valor de 500 mil euros.

"O processo de indemnização de uma ex-gestora da TAP levantou justa indignação no país, pela dimensão dos valores envolvidos, em particular numa empresa pública sujeita a um ambicioso plano de reestruturação", sublinhou o ministro das Finanças, que mandatou a administração da companhia aérea para recuperar a verba paga a Alexandra Reis.

Este caso "gerou justificada incompreensão quanto a falhas evidentes nas práticas de gestão e de governo societário com implicações no controlo da legalidade e do adequado funcionamento da empresa, incluindo deficiências graves na relação com o acionista", declarou Fernando Medina.