Com o veto do Presidente da República, a lei que prevê a legalização da eutanásia está "num impasse" e, por isso, conclui Paulo Ribeiro, ex-líder da concelhia do PSD de Lisboa, há uma oportunidade para o PSD fazer aquilo com que se comprometeu no congresso de 2020 – ou seja, "voltar a colocar na agenda da próxima legislatura a questão do referendo à eutanásia".

Falando no segundo dia do congresso do partido em Santa Maria da Feira, Paulo Ribeiro subiu ao palco para, depois de um largo elogio a Rui Rio, acusar a direção nacional de não ter compreendido a vontade do partido em referendar esta prática.

O ex-dirigente do partido lembrou que a moção que António Pinheiro Torres fez aprovar há dois anos de forma "esmagadora, nem sempre foi compreendida ou respeitada pelos órgãos nacionais do partido e pela direção do grupo parlamentar".

Assim, e "face ao impasse que se verifica entre o Parlamento e a Presidência [da República], faria todo o sentido voltar a colocar na próxima legislatura a questão do referendo à eutanásia", com Paulo Ribeiro a pedir mesmo que o líder do PSD inclua "isso de forma expressa no programa com que se vai apresentar aos portugueses".

Regionalização, já? Não

Se, por um lado, Paulo Ribeiro quer referendar a legalização da eutanásia e colocar o tema de novo na agenda do PSD, por outro pede ao líder do partido que não deve "ir no engodo" de discutir o referendo à regionalização, considerando que "foi colocada" pelo PS "uma casca de banana" no caminho de Rui Rio.

O ex-dirigente da concelhia de Lisboa avisa mesmo que o partido não deve "ir atrás desse tema nesta campanha" das legislativas, tratando-se de um não "favorece e não ajuda" o PSD e que "vai tapar a agenda de campanha de outros assuntos e esconder os insucessos da governação do PS".

Paulo Ribeiro alerta que a regionalização "é um tema que não é consensual" no eleitorado do PSD e que o partido o deve evitar discutir, aconselhando que se o referendo for convocado para 2024 que "haja compromisso desta direção e seja convocado um congresso extraordinário para discussão".