31 jan, 2022 - 02:05 • João Carlos Malta
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Uma noite de grandes emoções com dramatismo q.b. Se a vitória do PS era uma possibilidade, a maioria absoluta parecia uma miragem. Os portugueses transformaram-na em realidade e António Costa pode ficar na história como o primeiro-ministro que governou uma década em Portugal.
Mas se houve alegria na noite eleitoral, também houve tristeza. O CDS sai do Parlamento e Francisco Rodrigues dos Santos saiu do partido. Uma demissão em direto. Catarina Martins e Inês Sousa Real também vão ter vida difícil após resultados dececionantes.
Rui Rio pode também não sobreviver a um resultado que foi pífio para as ambições que tinha e a expectativa que as sondagens criaram.
Recorde a noite eleitoral em 10 momentos.
O grande vencedor da noite é sem a menor dúvida o Partido Socialista. António Costa sai reforçado com uma vitória histórica. Ganha em todos os distritos de Portugal Continental. Transformou o país num mapa cor-de-rosa. O PS tem 117 deputados eleitos, e deve chegar aos 119. Ainda assim, não bate a maioria de Sócrates, em 2005, que elegeu 120 deputados, e teve quase 2,6 milhões de votos.
Costa acabou a noite levado em ombros pelo povo socialista e a prometer que “maioria absoluta, não é poder absoluto”.
António Costa pode ficar na história como o primeiro-ministro mais tempo em funções, num total de dez anos.
As sondagens apontavam que o PSD poderia disputar taco-a-taco estas eleições com o PS, mas isso não aconteceu. E o líder Rui Rio acabou mesmo a noite a pôr a hipótese de colocar o lugar à disposição.
“Não estou a ver como posso ser útil ao PSD”, apesar de estar “numa perspetiva de serviço” sempre disponível para o partido.
O Chega assume-se como o terceiro partido mais votado em Portugal. André Ventura consegue ter mais 320 mil votos em dois anos. O Chega consegue eleger em oito distritos. E embalado por uma subida vertiginosa, Ventura assume-se como “a verdadeira oposição em Portugal”.
O PSD fica com uma votação muito idêntica à de 2019 em termos percentuais, e deverá ficar com 78 deputados.
As sondagens chegaram a pôr o terceiro lugar como alvo de grande disputa, mas a verdade é que a Iniciativa Liberal ficou a quase 120 mil votos de distância
A Iniciativa Liberal é outra das grandes vencedoras da noite. Os liberais conseguiram eleger oito deputados. Há mais 200 mil portugueses a votar na IL desde 2019. Braga, Porto, Lisboa e Setúbal foram os distritos em que o partido conseguiu eleger mandatos.
A maioria do PS foi o eucalipto eleitoral que secou PCP e Bloco de Esquerda. O Bloco perde 14 deputados em dois anos. O partido de Catarina Martins teve quase menos 250 mil votos.
A coordenadora dos bloquistas assumiu a derrota: "Este é também um mau resultado por causa do resultado que teve a extrema-direita e o Chega e devemos abordar isso com clareza. Cada deputado racista eleito no Parlamento português é um deputado racista a mais”.
Os comunistas ficam com um grupo parlamentar reduzido a metade. Passam de 12 para seis deputados.
O líder sai pela porta pequena da liderança que tinha assumido há dois anos. Não o fez sem lembrar todos os que o abandonaram, tendo ele prometido que nunca abandonaria o CDS.
A queda do PCP também fez cair os Verdes do Parlamento. O partido ecologista que faz coligação com os comunistas na CDU fica assim de fora da Assembleia da República.
O PAN esteve quase para ficar de fora da Assembleia da República. Perdeu quase 80 mil votos. Inês Sousa Real adiantou que a direção do partido “terá fazer a sua reflexão dos resultados” – ou seja, pode estar de saída. Voltam a 2015 quando André Silva entrou no Parlamento.
O Livre volta ao Parlamento com um deputado. Rui Tavares conseguiu a eleição, mas não terá hipótese de ativar a sua “ecogeringonça”. O historiador diz que desta vez, o partido esta para ficar.
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