27 fev, 2020 - 14:22 • Filipe d'Avillez
Todos os anos, pela Quaresma, os bispos portugueses escrevem mensagens para os seus fiéis e avisam para onde vão destinar as suas renúncias quaresmais, prestando contas de onde foi gasto o dinheiro do ano anterior.
Leia aqui excertos das mensagens e siga as hiperligações para as notícias individuais sobre cada diocese.
Colocar o Mistério pascal no centro da vida significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado, presentes nas inúmeras vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria
Sempre que partilhamos o que somos e o que temos, unindo-nos a todos os homens e mulheres de boa vontade, contrariamos a inclinação para “construir muros” à nossa volta, bem como a tendência para a acumulação supérflua e o desperdício, e contribuímos para minorar o sofrimento humano, tornando-nos semeadores de esperança
D. Manuel Quintas , bispo do Algarve
O nosso modo de vida, na austeridade e na ascese, no limitar o consumo e a viver no essencial para uma vida digna, coloca-nos na direção de proteger o ambiente e de assumirmos modos de vida saudáveis; mas igualmente o dever de partilha com os que sofrem necessidades também materiais
D. João Lavrador , bispo de Angra
Quando não vivemos como filhos de Deus, muitas vezes adotamos comportamentos que põem em risco a relação com o próximo e as outras criaturas – mas também nos destruímos a nós próprios. Quando se abandona a lei de Deus, a lei do amor, acaba por se afirmar a lei do mais forte sobre o mais fraco – o que debilita os vínculos com Deus, com a família, com a sociedade e com a Igreja
D. António Moiteiro , bispo de Aveiro
Não esqueçais: celebrar a Páscoa é reviver o Batismo e celebrar a Eucaristia. Viver a Quaresma é convertermo-nos do pecado e cultivarmos, na oração, a intimidade com o Senhor que nos transfigura, e praticarmos o jejum e a esmola para vivermos em verdadeira comunhão com os irmãos e com a natureza
D. João Marcos , bispo de Beja
Quaresma, tempo de profetismo social. A Igreja não é uma casa fechada. Deve ter as portas abertas para conhecer e amar o mundo
D. Jorge Ortiga , arcebispo de Braga
Corram o risco de ser eucaristia, numa escuta atenta que nos levanta. Assumamos este desafio com responsabilidade, criatividade e audácia!
D. José Cordeiro , bispo de Bragança-Miranda
A Quaresma é um tempo privilegiado para “vermos” e “ouvirmos” o Senhor, isto é, para entrarmos numa relação de profunda amizade com Ele, por meio de uma experiência forte de encontro, que mude a nossa vida. Trata-se de uma relação que se constrói com a abertura à sua graça e com o auxílio das práticas legadas pela solicitude da nossa Mãe Igreja
D. Virgílio Antunes , bispo de Coimbra
Batizados na morte e ressurreição de Cristo, somos chamados a viver segundo os critérios do Homem Novo, não seguindo meras propostas ideológicas nem uma moral abstrata, mas o testemunho de vida de Cristo, na sua obediência filial ao Pai. No tempo da Quaresma, o Povo de Deus é convidado a empreender um esforço exigente e libertador, abrindo-o ao chamamento do Senhor e da Comunidade cristã
[A Quaresma] convida-nos a não poluir, a andar a pé, atividade que faz muito bem à saúde e ao ambiente, a poupar energia elétrica e a usar de forma parcimoniosa essa panóplia de meios que favorecem o bem-estar, mas que são também altamente poluentes e, por vezes, até induzem vícios
D. Rui Valério , bispo das Forças Armadas e de Segurança
Uma das atitudes centrais para vivermos assim é a celebração do sacramento da Penitência, também conhecido por ‘confissão’. O Papa Francisco, todos os anos, nos dá o exemplo, dirigindo-se a um confessor e confessando-se à vista de todos. Sigamos o seu exemplo
Que Maria santíssima nos ajude a viver, com renovada esperança, este tempo forte da Quaresma, uma grande oportunidade que Deus nos dá e nós desejamos aproveitar da melhor maneira
D. Manuel Felício , bispo da Guarda
Para a prática da oração, além de outras formas ao gosto de cada um e das famílias, propomos e recomendamos novamente a todo o povo de Deus o retiro popular, segundo o método da leitura orante da Palavra de Deus, com o opúsculo ‘Chamados e enviados pelo Senhor’
D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima
A Quaresma que iniciamos alarga-nos à maneira divina de ver, julgar e agir, como em Cristo se revelou. À sua luz, formaremos plenamente a consciência, nunca perdendo de vista a finalidade das coisas, quando atendemos a cada uma em particular. Assim ganharemos a liberdade de consciência, pois a verdade liberta. Assim faremos a objeção de consciência, sempre que for o caso
D. Manuel Clemente , Patriarca de Lisboa
A autenticidade e a verdade, a caridade, o exercício da comunhão vivificante com Cristo, que traduzimos tradicionalmente nas atitudes de jejum, partilha e oração, são os grandes sinais da Quaresma
D. Antonino Dias , bispo de Portalegre-Castelo Branco
Vivamos esta quaresma cristãmente para saborearmos e participarmos na alegria e na santidade do Ressuscitado
D. Manuel Linda , bispo do Porto
Caminhemos, então, aproveitando este tempo favorável da Quaresma para retomar em nossas vidas a fonte da verdade e do amor
D. José Traquina , bispo de Santarém
Não há verdadeiro compromisso religioso sem esse partilhar o pão que mata a fome à mesa; a proximidade que aconchega os solitários; a educação para as crianças sem futuro; a esperança para os que são vítimas do sofrimento, do desconforto e do abandono; a fé para aqueles que não chegaram ainda a perceber o amor e a vida do Pai do céu
D. José Ornelas , bispo de Setúbal
É tempo favorável, em especial, para acolhermos o convite que precede e torna possível viver essa oferta da vida e vitória sobre a morte da parte de Cristo
D. Anacleto Oliveira , bispo de Viana do Castelo
Percorrer este caminho de 40 dias com a Igreja, favorecerá o reencontro com Cristo pascal e o assumir de uma identidade cristã mais purificada, alegre e comprometida
D. António Augusto , bispo de Vila Real
[A Quaresma é] tempo privilegiado para escutar a Palavra de Deus, tempo de conversão, de oração mais intensa, de jejum mais fecundo e de esmola mais generosa, convida-nos a partilhar os nossos bens com os mais necessitados
D. António Luciano , bispo de Viseu