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Arcebispo de Évora. Quaresma é convite a sair “da neutralidade passiva, omissa, indiferente e alheada”

24 fev, 2020 - 12:15 • Rosário Silva

As monjas Concepcionistas, em Campo Maior e as monjas de Belém, no Couço, são as comunidades contemplativas femininas que vão receber o produto da renúncia quaresmal dos cristãos da arquidiocese.

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“Sedentos de Esperança a caminho da Páscoa” é o título da mensagem do arcebispo de Évora para a Quaresma 2020. Trata-se de “um tempo privilegiado de conversão”, que impõe um “combate espiritual para crescermos nas virtudes cristãs da fé, da esperança e da caridade, e para renunciarmos ao pecado”, escreve D. Francisco Senra Coelho.

“Batizados na morte e ressurreição de Cristo”, os cristãos, regista o prelado, são convocados “a viver segundo os critérios do Homem Novo, não seguindo meras propostas ideológicas nem uma moral abstrata, mas o testemunho de vida de Cristo, na sua obediência filial ao Pai.”

O jejum e a abstinência são veículos, recorda o arcebispo, para se aprender “a valorizar e a saborear, acima de tudo, o Pão da Palavra de Deus e da Eucaristia e os apelos vindos dos sinais dos tempos e da caridade que nos leva ao dever de partilhar os bens com os outros.”

Nesta mensagem recorda-se que o período quaresmal deve ser vivido, também, de acordo com os desafios lançados à arquidiocese de Évora, erigindo em cada pessoa, “o testemunho de vida como “Discípulos missionários da Esperança”, de modo a construirmos comunidades empenhadas em “Procurar e acolher os sedentos da esperança.””

Discípulos missionários da Esperança: os que procuram e acolhem

Nesta sua mensagem, D. Francisco Senra Coelho sublinha que “os pobres, os sofredores, os marginalizados, os pequenos, os desconfiados da possibilidade do Amor, são bem-aventurados”, pois na sua humildade e procura, tornam-se “discípulos missionários da esperança”, que encontram “conforto e alento n’Aquele que para eles é o enviado do Pai e com eles se fez, a Ele mesmo, um deles.”

É por isso que a Quaresma é um “tempo de graça”, prossegue o arcebispo na sua palavra, lembrando que “o Hoje de Deus convida a tornarmo-nos pequenos e humildes, percorrendo os caminhos da metanoia, da conversão, indo até Àquele que nos quer salvar.”

O prelado pede autenticidade e coerência na “caridade solidária e fraterna para com o próximo”, objetivo que se consegue, refere, saindo “da neutralidade passiva, omissa, indiferente e alheada e comprometermo-nos em favor de todos os sós, pobres, sofredores e abandonados.”

São “as periferias sociais e existenciais da Humanidade” de que fala o Papa Francisco, com as quais devemos comprometer-nos, lê-se “tornando-nos presentes com toda a verdade das nossas vidas.”

“É na busca desta radicalidade de verdade que o Papa nos dirige a sua mensagem para esta Quaresma, intitulada «Pedimos-vos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5, 20)”, recorda, ainda, o arcebispo de Évora.

Renúncia quaresmal para comunidades contemplativas femininas da arquidiocese

Mas a Quaresma convida, igualmente, a “ações concretas que testemunhem”, de forma credível a “vontade de conversão”, o arcebispo de Évora, tal como em anos anteriores, apela uma renúncia quaresmal, dedicada “a quem nos parece necessitado do sinal da nossa presença enquanto Igreja Diocesana.”

Assim, no ano pastoral em curso, o primeiro de um triénio dedicado à esperança, os cristãos são convidados a oferecer a sua renúncia, “às duas comunidades Contemplativas Femininas presentes na nossa Arquidiocese: a Ordem da Imaculada Conceição (Monjas Concepcionistas) do Mosteiro da Imaculada Conceição em Campo Maior e a Família Monástica de Belém da Assunção da Virgem e de S. Bruno, estas ainda com o seu Mosteiro em construção na paróquia de Santo António do Couço.”

D. Francisco Senra Coelho justifica esta resolução, pelo facto da vida consagrada ser “chamada a manter acesa a lâmpada do profetismo”, devendo ser vista como “um farol para quantos estão desorientados no alto mar, uma tocha para aqueles que caminham na escuridão”, e também como “sentinela para aqueles que não veem uma saída na vida.”

O ano passado, recorde-se, o produto da renúncia destinou-se às Igrejas da Venezuela e de Moçambique (diocese da Beira).

“Agradeço a toda a Arquidiocese a oferta de vinte cinco mil euros que prontamente fizemos chegar à Cáritas Nacional para esta lhes enviar”, escreve o prelado, ao mesmo tempo que volta a confiar à Caritas arquidiocesana “esta tarefa de dinamizar e coordenar a recolha das renúncias nesta Quaresma.”

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