Cerca de 25% a 30% das refeições diárias que o serviço Porta Solidária, no Porto, serve já são para imigrantes.

O padre Rubens Marques, da Paróquia da Nossa Senhora da Conceição, no Porto, revela, em declarações à Renascença, que está a aumentar de forma substancial o conjunto de pedidos de ajuda.

O responsável pela Porta Solidária adianta que, depois de inicialmente “servir sobretudo emigrantes do Brasil”, o serviço está agora a ser confrontado com “pedidos de cidadãos oriundos da Índia, Paquistão, Marrocos, Argentina, Colômbia e do Chile”.

E esta nova realidade, de acordo com o responsável, "obriga a toda uma nova logística e à necessidade de adaptação das refeições porque os emigrantes muçulmanos pedem para não comer carne”.

O sacerdote diz que não é fácil às autoridades conhecerem todas as realidades, e considera importante que o “país tenha as portas abertas para acolher quem foge da guerra e da fome.

Mas alerta para a “necessidade de, a montante, se pensar na residência, na legalização e na empregabilidade [dos migrantes] porque, sobretudo os que vêm da Índia e do Paquistão têm muitas dificuldades em entrar no mercado de trabalho, por causa da língua”.

Entretanto, este ano a Porta Solidária vai retomar a tradição de organizar a 30 de dezembro “um grande jantar solidário” aberto na cripta da Igreja, que deverá juntar cerca de 420 pessoas.

“É uma iniciativa que começou em 2003 e que só foi interrompida por causa da pandemia”, assinala.

Asseguradas estão também as refeições dos principais dias de festa natalícia.