É uma grande derrota de civilização que entristece e preocupa, não só os crentes, mas tantos não-crentes”. É desta forma que o cardeal D. José Tolentino Mendonça comenta a aprovação da lei da eutanásia, esta sexta-feira, no Parlamento.

Em declarações exclusivas à Renascença, o prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação do Vaticano considera que a eutanásia é vista tanto por crentes, como não-crentes, como “uma derrota daqueles valores que colocam no centro a pessoa humana”.

À margem da apresentação do livro “Metamorfose Necessária” (ed. Quetzal), na Fundação Calouste Gulbenkian, esta sexta-feira, em Lisboa, D. Tolentino Mendonça afirmou que “hoje a nossa esperança de vida é mais pequena”.

Na opinião do cardeal, a possibilidade da eutanásia “é uma visão errada daquilo que pode ser o contributo das sociedades em relação ao percurso do ser humano que deve ser amparado desde o início, até ao fim”.

D. Tolentino Mendonça lembrou que “hoje as nossas sociedades têm tantas formas de apoiar” e deu como exemplo “os cuidados paliativos, ou outras formas de amparar a pessoa no momento de vulnerabilidade e sofrimento em tantas situações terminais”.

Face a esses outros caminhos possíveis, “escolher a eutanásia, ou propor a eutanásia como possibilidade de resolução da vida, sem dúvida que é uma redução da esperança”, afirmou à Renascença o cardeal Tolentino Mendonça.