O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, acusou esta terça-feira o Governo de ser o responsável pelo facto de a adesão à greve crescer "a cada dia que passa", considerando que a greve do sindicato durará "até quando os professores quiserem".

"O Governo não está a apresentar qualquer tipo de proposta que possa permitir que a greve seja levantada ou que a greve alivie", disse Mário Nogueira aos jornalistas, em Viseu, estimando que esta terça-feira estejam em greve 98% dos professores neste distrito.

Para o secretário-geral da Fenprof, está em causa o "respeito pelos professores", que pede principalmente um "novo regime de concursos que resolva os problemas de estabilidade" e "a contagem do tempo de serviço", considerando que só tem havido "propostas do Ministério da Educação que os professores não podem aceitar".

"Aquilo que falta ao Ministério da Educação e ao Governo é respeito pelos nossos colegas, é respeito pelos professores, e, portanto, de cada vez que há uma reunião, há mais razões para os professores exigirem respeito", sublinhou.

Os níveis de adesão à greve são, no seu entender, "a resposta dos professores a cada reunião" com o Ministério da Educação, uma vez que, "em relação a alguns aspetos, há uma completa insuficiência das medidas" e, "em relação a outros, há uma completa ausência de medidas".

"Eu acho que a greve, olhando para aqui hoje, atinge, de certeza absoluta e sem medo de errar, os 98% em Viseu. E amanhã [quarta-feira], no Porto, vai ser uma coisa extraordinária", frisou Mário Nogueira, contando que o local da concentração até foi mudado para os Aliados, de forma a haver mais espaço.

Os professores estão em greve desde dezembro para exigir a contabilização de todo o tempo de serviço, melhores condições de trabalho e salariais, o fim da precariedade e a progressão mais rápida na carreira.

Atualmente, estão em curso quatro greves distintas, convocadas por várias organizações sindicais.