A próxima edição do festival Rock in Rio Lisboa pode vir a realizar-se no principal terreno onde vai ter lugar a Jornada Mundial da Juventude em agosto deste ano.

A Renascença sabe que a organização do festival de música já teve contactos informais com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), entidade que está a financiar as obras junto ao rio Trancão, entre elas a construção do palco-altar.

Há vários anos que o festival, que se realiza de dois em dois anos em Lisboa, ocorre no Parque da Bela Vista, mas ao que a Renascença apurou, com a mudança do espaço a lotação poderia mais do que duplicar.

Contactada pela Renascença, a responsável pela organização do Rock In Rio, Roberta Medina, disse que o festival "continua no Parque da Bela Vista para já".

A autarquia lisboeta é responsável por financiar o palco-altar, que vai custar 4,2 milhões de euros (sem IVA), por onde vai passar o Papa Francisco durante a semana da Jornada Mundial da Juventude, onde são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Em conferência de imprensa esta quarta-feira, o vice-presidente da Câmara, Filipe Anacoreta Correia revelou que “depois do evento (…) passamos a ter um palco em condições de acolher outros eventos”.

O vice de Carlos Moedas diz que “a Câmara Municipal de Lisboa já teve manifestação de vontade de promotores de eventos” que querem realizar os eventos no Parque Tejo, que está nesta altura em obras, em contrarrelógio para receber a JMJ em agosto.

No valor que vai ser pago à Mota-Engil está incluída uma transformação do palco-altar, que vai ser "redimensionado" para permtir que os milhares de pregrinos consigam ver o Papa a partir de qualquer ponto do recinto; o valor inclui também a desmontagem dessa estrutura de nove metros de altura, adaptando o altar-palco para outros eventos futuros.

Um desses candidatos a usar o espaço no futuro, sabe a Renascença, é o Rock in Rio Lisboa, que se realiza em anos pares na capital portuguesa. Ou seja, este ano não há festival, só em 2024. As conversações informais projetam que o evento possa ocorrer já no próximo ano no Parque Tejo.

A Câmara de Lisboa é uma das entidades envolvidas na Jornada Mundial da Juventude, que é organizada pela Igreja e que conta com um grupo de coordenação do Governo encabeçado por José Sá Fernandes e ainda a Câmara Municipal de Loures.

Em junho do ano passado, Carlos Moedas indicou que o protocolo com o Rock in Rio era "para continuar", referindo que o evento era "muito importante para a cidade", mas realçando que era necessário olhar para maneira como "ajudar mais a cidade", prometendo "algumas partes de inovação". "Vamos trabalhar em conjunto para uma melhor cidade, uma cidade mais limpa, mais ecológica e ambiental. É isso que todos queremos e lutamos”, disse na altura.


[atualizado às 18h30 com reação de Roberta Medina]