O Bastonário da Ordem dos Médicos (OM) considera que o valor alocado para a direção executiva do SNS de 10 milhões é "extraordinariamente baixo".

O número tinha sido avançado por Fernando Medina, em entrevista à Renascença e ao jornal "Público", esta segunda-feira.

"Diria até que é um valor irrelevante. Se a direção executiva ia ter autonomia aquilo que é os hospitais e os centros de saúde, em termos de cooperação, em termos de orçamento e alocação de verbas, o orçamento não pode ser 10 milhões de euros. Só se for para despesas correntes, mas parece-me completamente fora da caixa", reage Miguel Guimarães, também ouvido pela Renascença, esta noite.

O representante dos médicos refere que se não existir uma separação entre aquilo que é a função reguladora e financiadora do próprio Estado do que é a coordenação das unidades de saúde, "a direção executiva do SNS vai ficar imputada naquilo que eram as funções inicialmente pensadas".

Num panorama geral, o Bastonário da OM espera para ver o que o Governo fará com os mais 1.177 milhões de euros inscritos para o Ministério da Saúde, antes de fazer uma avaliação mais concreta.

"Se for para aplicar nas pessoas, no modelo de gestão e na transição digital, pode ser uma mais valia para resolver alguns dos problemas estruturais do SNS. Se este dinheiro for para investimentos, é completamente diferente. Se for para fazer mais não sei quantos centros de saúde, vamos continuar na mesma", indica.