O primeiro debate entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, no quadro da segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, o Brasil, foi marcado por ataques e acusações mútuos sobre "fake news", corrupção e a gestão da pandemia.

No início do debate, Lula da Silva fez acusações a Bolsonaro face à gestão da pandemia de Covid-19. “Porque houve tanta demora para comprar a vacina? O senhor não carrega nas costas um pouco do sofrimento dos brasileiros por ser responsável por, pelo menos, 400 mil mortes neste país? O senhor atrasou a vacina, teve um processo de corrupção denunciado pela CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]”, disse, acusando Jair Bolsonaro de ter sido "negligente" no combate à Covid-19, e classificando o seu adversário de "Rei das 'Fake News' " e "Rei da Estupidez".

Em reação, o atual Presidente brasileiro devolveu as acusações, levantando o tema da gestão da pandemia no nordeste do país, onde disse ter havido corrupção por parte de responsáveis do PT. “Irmãos nordestinos morreram de falta de ar por corrupção”, declarou, garantindo que "o Brasil foi dos países que mais vacinou no mundo e de forma mais rápida".

Bolsonaro prosseguiu: "Não continue mentindo. Pega mal até para a sua idade. A verdade é que o senhor não fez nada pelo Brasil, a não ser transpor dinheiro público para o seu bolso e para o bolso dos seus amigos."

Veio também a debate o escândalo relacionado com a Petrobrás. Jair Bolsonaro acusou Lula da Silva de ter prejudicado a empresa, durante a sua presidência, com alegado desvio de recursos. "Um escândalo sem tamanho. (...) Esses ladrões devolveram 30 biliões de reais, fora o que não foi achado. Você vem falar que não houve roubalheira?", atirou Bolsonaro.

Lula da Silva assumiu que houve corrupção na Petrobrás porque "os responsáveis o confessaram. (...) Prendeu-se o ladrão que roubou, acabou. E prendeu porque houve investigação. Porque, no nosso Governo, nada era escondido", alegou, ao mesmo tempo que prometeu vir a denunciar erros de gestão do atual Presidente brasileiro. "Eu vou ganhar as eleições e quando chegar o dia primeiro de janeiro, eu vou pegar seu sigilo, por que você esconde tanta coisa. Afinal, se é bom não precisa esconder, rematou.

Temas relacionados com o Supremo Tribunal Federal, os apoios sociais, ou a desmatação da Amazónia, também motivaram trocas de argumentos.

Já nas considerações finais, Jair Bolsonaro defendeu que quer liberdade no seu o país, mas posicionando-se "contra a ideologia de género e contra o aborto". Lula da Silva aproveitou para voltar ao ataque classificando o adversário de "ditadorzinho" e prometendo que vai governar o país "democraticamente" e "a cuidar do povo, porque tem 33 milhões de pessoas passando fome", afirmou.

O debate entre os dois candidatos foi promovido pela TV Bandeirantes, jornal Folha de S.Paulo, portal UOL, e TV Cultura.

O Brasil vai a votos para segunda volta das presidenciais no dia 30 de outubro.