O presidente da cadeia hoteleira Vila Galé diz ter pena de ver a falta de jeito com que a TAP tem sido gerida e teme que a solução seja uma nova privatização. Espera que, pelo menos, seja feito um bom negócio. Foi o que referiu num encontro com jornalistas para apresentar os resultados do segundo maior grupo hoteleiro nacional.

Jorge Rebelo de Almeida confessa que TAP é um assunto sobre o qual lhe custa falar. “É uma companhia de que até gostava muito, mas tem havido uma decadência brutal, que não é de agora. Faz-me pena ver a falta de jeito com que a TAP tem sido gerida.”

Aos jornalistas manifestou mesmo o receio de que o país não consiga manter a companhia aérea pública, já que pelas regras impostas pela União Europeia, o Estado não pode fazer novas injeções de capital. “Se calhar, o caminho é a privatização.”

Para o hoteleiro, a TAP tem de encontrar uma solução rapidamente porque não está no caminho certo. “Não sei se mesmo com uns binóculos fortíssimos alguém consegue ver luz ao fundo do túnel da TAP e se não terá de haver intervenção. Só peço a Deus um pouquinho de malandragem- como diz a canção brasileira – para negociar bem o contrato que venha a ser feito, para não nos sair ainda mais caro.”

Jorge Rebelo de Almeida admite discordar com muito do que se passa com a companhia aérea nacional. “Têm sido feitos muitos disparates”, sublinha, exemplificando com a liderança, nas mãos da francesa Christine Ourmières-Widener, que não hesita em criticar.

“Se calhar poderíamos ter alguém em Portugal que tivesse jeito para tomar conta da TAP, que conhecesse bem a realidade portuguesa e que tivesse bom senso. É o que tem faltado.”

Para o empresário da hotelaria, num ano de crise e de grandes dificuldades, numa empresa em que tem havido despedimentos e cortes de salários, “quem é que se lembra de ir comprar carros novos para os administradores e dar-lhes mais regalias? Os exemplos têm de vir de cima”, remata.