19 abr, 2022 - 09:00 • Redação
Terminada a época de "rookie", o futuro de Neemias Queta, o primeiro português de sempre na NBA, "deve passar por uma equipa que lhe dê oportunidades".
A ideia é defendida por Paulo Silvestre, amigo e antigo dirigente do Barreirense, onde Neemias se formou. O dirigente faz um balanço "extremamente positivo" da primeira temporada do jovem do Barreiro na NBA, onde o poste “aproveitou todos os segundos” que os treinadores lhe deram ao serviço dos Sacramento Kings.
O antigo coordenador do minibasquete do Barreirense lembra que, apesar de estar numa equipa “que mudou de treinador a meio da época” e que, entretanto já dispensou o segundo técnico, “o basquetebol português só pode estar agradecido aos Kings”, que escolheram Neemias no Draft de 2021.
Os Sacramento Kings começaram o ano com Luke Walton, despedido em novembro, e terminam a temporada sem Alvin Gentry, que foi destituído do cargo depois do fim da época regular.
Na temporada que acabou, na qual os Kings voltaram a falhar, pelo 16.º ano consecutivo, a presença nos “play-offs”, Neemias Queta esteve em 14 jogos, num total de 120 minutos, nos quais somou 45 pontos, 31 ressaltos, seis assistências e oito desarmes de lançamento.
Com esta dificuldade em obter tempo de jogo em mente, Paulo Silvestre desvaloriza, admitindo que o mais difícil já foi feito. "O mais importante para um atleta europeu, e especialmente português, é entrar na NBA", assume, em declarações a Bola Branca.
A maioria do tempo de jogo que o atleta do Barreiro teve foi na parte final da época, fruto das lesões dos colegas e de surtos de Covid-19. Chances curtas, mas aproveitadas, em todas as oportunidades, “como é apanágio do Neemias”.
Como tal, Paulo Silvestre não se importaria de ver o basquetebolista português noutra equipa da NBA. “Gostava que o futuro do Neemias passasse pela NBA, numa equipa onde ele se assuma e tenha um papel importante e, acima de tudo, que lhe dê oportunidades”, desabafa.
“Agora depende dele trabalhar e estou certo que da parte dele tudo fará para ter sucesso”, refere, reforçando a ideia que, mais do que a equipa em questão, o importante é que Neemias tenha tempo de jogo: “Se não for em Sacramento é noutra equipa da NBA, assim ele tenha a oportunidade”.
"Gostava que o futuro do Neemias passasse por uma equipa da NBA, que, acima de tudo, lhe dê oportunidades"
Paulo Silvestre prefere que os próximos anos de Neemias passem pela NBA, porque “é o sonho dele e ainda agora se iniciou”, ainda assim “não será mal nenhum se o Neemias não ficar na NBA”. O amigo do atleta admite um regresso à Europa: “Vejo com bons olhos o Neemias a jogar aqui ao lado em Espanha”.
“Vejo o Neemias com todas as condições de se afirmar a curto/médio prazo na NBA”, reforça o antigo dirigente que coloca o poste “ao mais alto nível do basquetebol mundial”, olhando para o próximo ano como essencial, porque “todos os agentes desportivos terão mais expectativas e exigirão mais ao Neemias na segunda época”.
Neemias Queta despediu-se da primeira temporada de(...)
"A G-League foi muito importante para o Neemias mostrar todo o seu potencial e mostrar aos responsáveis de Sacramento que fizeram uma boa aposta", refere Paulo Silvestre.
De facto, foi nos Stockton Kings, equipa satélite dos Sacramento Kings, que o português teve a oportunidade de mostrar as suas qualidades.
O poste foi chamado o mesmo número de jogos que na equipa principal, mas na divisão secundária somou mais do dobro dos minutos que teve na NBA. Em 395 minutos de G-League, acabou a temporada com 230 pontos (16,4 por jogo), 110 ressaltos (7,9), 26 assistências (1,9) e 27 desarmes de lançamento (1,9).
Os valores de Neemias na equipa satélite levam Paulo Silvestre a reconhecer que Neemias tem "condições para assumir um papel importante na equipa principal".
Para a próxima época e para o futuro do único jogador português a ter chegado à principal liga de basquetebol norte-americana, o amigo pede apenas que “continue com a humildade” que o caracteriza.
Paulo Silvestre mantém o desejo de ver Neemias a “jogar numa equipa de forma regular”, para “continuar a perseguir o sonho” de crescer, ainda mais, na NBA.