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Justiça

Operação Influencer. António Costa ouvido pelo MP seis meses depois

24 mai, 2024 - 19:06 • João Pedro Quesado , Pedro Mesquita

A Renascença confirmou que o ex-primeiro-ministro foi ouvido na qualidade de suspeito, e não de arguido. Inquérito sobre Costa desceu do Supremo Tribunal de Justiça para o DCIAP ainda em abril.

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António Costa foi ouvido esta sexta-feira pelo Ministério Público, no âmbito do inquérito paralelo à Operação Influencer em que é suspeito de um crime de prevaricação. A equipa de procuradores decidiu aceder ao pedido que o ex-primeiro-ministro fez logo a seguir à tomada de posse do Governo de Luís Montenegro.

O ex-líder do PS foi ouvido esta tarde, durante hora e meia, pela procuradora Rita Madeira, ainda na qualidade de suspeito, e não foi constituído arguido, segundo avançou o "Expresso" e confirmou a Renascença junto de fonte próxima do processo.

A audição foi confirmada pelo Ministério Público à Renascença. "A audição foi feita a pedido do próprio e ao abrigo do n.º 14 do art.º 86º do Código de Processo Penal", esclareceu a Procuradoria-Geral da República (PGR).

António Costa anunciou a 2 de abril que ia apresentar um requerimento ao Supremo Tribunal de Justiça, com a intenção de ser ouvido "com a maior celeridade possível" sobre o envolvimento na Operação Influencer.

“Não há nada pior que haver uma suspeita e ela não ser esclarecida”, disse então o líder de três governos socialistas, entre 2015 e 2024.

No dia seguinte, a PGR confirmou ter recebido o pedido de António Costa. "Confirma-se a receção do requerimento nos serviços do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça", esclareceram as autoridades.

Pouco tempo depois, a 18 de abril, o inquérito relativo ao ex-primeiro-ministro (que decorre de forma paralela à Operação Influencer) desceu do MP junto do Supremo Tribunal para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), tendo sido distribuído a uma procuradora.

No início de maio, o juiz de instrução criminal do processo Influencer rejeitou o pedido de nulidade entregue por Afonso Salema, arguido e ex-CEO da Start Campus. O pedido apontava para o uso da PSP nas diligências e investigações do inquérito em vez da Polícia Judiciária.

A 7 de novembro de 2023, o dia das buscas da PSP na residência oficial do primeiro-ministro e em vários ministérios, a PGR divulgou um comunicado ao fim da manhã em que envolve o nome de António Costa.

"No decurso das investigações surgiu, além do mais, o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido. Tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, por ser esse o foro competente”, lia-se na nota divulgada então pela PGR.

Nesse dia, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo do chefe do executivo, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.

[notícia atualizada às 20h01]

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