O Patriarcado de Lisboa confirma que recebeu, no final da década de 90, uma queixa contra um sacerdote por alegados abusos sexuais e garante que, na altura, foram "tomadas decisões tendo em conta as recomendações civis e canónicas vigentes". À época era patriarca o cardeal D. José Policarpo.

Numa nota de esclarecimento enviada à Renascença, o Patriarcado explica que o cardeal D. Manuel Clemente se encontrou com a vítima, duas décadas depois, mas que esta não quis divulgar o caso.

Uma denúncia terá, entretanto, sido reportada à recém-criada Comissão Independente para o estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica. Já a Comissão Diocesana de Proteção de Menores não recebeu qualquer queixa contra este padre. O Patriarcado diz ainda que se "desconhece qualquer outra queixa ou observação de desapreço sobre o sacerdote".

Segundo a Renascença apurou junto de fontes da diocese, em 2013, logo após ter sido nomeado bispo de Lisboa, D. Manuel Clemente procurou conversar com a vítima. O encontro não resultou de uma nova denúncia, tratando-se de um encontro de acompanhamento do caso e veio a acontecer mais tarde, em 2019. No final desse encontro a vítima pediu, de novo, que o caso não fosse tornado público.

Na última noite, o jornal digital "Observador" relatava que o caso não teria sido reportado às autoridades civis e que o padre em causa continuou no activo, com funções de capelania e a gerir uma associação privada de acolhimento de famílias, jovens e crianças.

O padre em causa está atualmente hospitalizado e cessou funções no centro hospitalar onde trabalhava.

O Patriarcado diz-se "totalmente disponível para colaborar com as autoridades" e que a prioridade é "o apuramento da verdade e o acompanhamento das vítimas".