O ministro da Educação diz que o Governo já cedeu com a contraproposta apresentada esta segunda-feira, e que agora devem ser os sindicatos a aproximarem-se do Executivo.

Fernando Alexandre apresentou propôs esta segunda-feira às estruturas sindicais dos professores uma recuperação do tempo de serviço de 25% nos primeiros dois anos, 20% no terceiro e 15% no quatro e quito anos. O prazo para o descongelamento total continua, por isso, nos cinco anos e o governo insiste que o processo só comece em setembro.

Apesar de não considerarem a proposta ideal, os sindicatos assinalaram o esforço do governo em se aproximar das suas reivindicações - e, por isso, o ministro diz que o esforço nas próximas reuniões deve vir dos professores.

“Eu diria que está do lado dos sindicatos aproximarem-se da proposta do Governo. Isto é uma negociação, tem de haver um esforço de ambas as partes. O Governo deu um passo no sentido da aproximação e agora aguardamos que os sindicatos, tenham a mesma reciprocidade”, defendeu.

Questionado pelos jornalistas se há possibilidade de o governo recuar para que a recuperação do tempo congelado aconteça em quatro anos, Fernando Alexandre disse apenas que essa hipótese “irá ser analisada”, tendo em conta o impacto que poderá ter nas contas públicas.

“As medidas estão interligadas. [A recuperação do tempo de serviço congelado] não é a única, e as várias medidas têm impacto orçamental. (...) As contas estão feitas e quando tivermos a proposta fechada serão apresentadas com toda a transparência”, detalhou.

A proposta apresentada esta segunda-feira continua a não agradar aos sindicatos, em grande parte porque o Governo não incluiu medidas para mitigar as consequências do congelamento da carreira nos professores dos últimos escalões e nos docentes já aposentados.

Fernando Alexandre adianta que não estão previstas medidas para esses profissionais e explica que o país não tem capacidade para responder a todas as reivindicações.

“Todos os portugueses nas últimas décadas perderam muito. Não é uma questão deste governo. O país não consegue, de facto, reparar todos os danos que crises muito longas e muito duras tiveram na vida das pessoa. Por isso, de facto, não há efeitos previstos para essas pessoas”, rematou.