Este sábado é mais um dia de luta para os professores, que se manifestam em Lisboa e no Porto para exigir melhores condições de trabalho e a dignificação da carreira docente.

Na capital, o protesto partiu do Rossio, tendo chegado à Assembleia da República pouco antes das 17h00. Registava-se uma afluência entre os 10 e os 15 mil participantes na manifestação.

Em declarações à Renascença, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof) garante que os docentes estão empenhados nas mais recentes greves e manifestações: "Olhe para o que se passou quinta e sexta. Mesmo com serviços mínimos, as aulas, praticamente, foram só as dos serviços mínimos".

"Os professores sabem que, no âmbito de concursos, os problemas mais gravosos ainda estão por resolver. E sabem que no resto, para além dos concursos - por exemplo, o tempo de serviço, as vagas e as quotas -, está no ponto zero. Absolutamente zero."

O líder da Fenprof garante que, enquanto tiverem forças, os docentes não vão desistir das suas reivindicações: "Por muito que nos cansemos, temos de tomar umas vitaminas e continuar a lutar".

Na manifestação marcam também presença Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, e Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda.

No Porto, a manifestação começou na Praça do Marquês e seguiu, entretanto, para a Avenida dos Aliados.

A última manifestação convocada pelos nove sindicatos dos professores e profissionais das escolas decorreu há pouco menos de um mês, a 11 de fevereiro, e muitos dos motivos do protesto mantêm-se inalterados.

Sindicatos e Ministério da Educação estão desde setembro a negociar, para tentar chegar a acordo quanto a um novo modelo de recrutamento e colocação de professores. Na semana passada realizou-se a última reunião que terminou sem acordo, tendo as organizações sindicais já anunciado que iriam pedir reuniões suplementares.

A nova proposta apresentada esta semana pelo Governo não convenceu os sindicatos, que dizem manter algumas das "linhas vermelhas" que os docentes já tinham apontado, como é o caso da criação de Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica (QZP).

Entre outras reivindicações, os professores exigem que a tutela defina um calendário para começar a discutir matérias como a recuperação do tempo de serviço congelado ou o fim das vagas e quotas de acesso ao 5.º e 7.º escalões.

Professores e Ministério da Educação devem voltar à mesa de negociações a 9 de março, para nova ronda de conversações.