O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, revelou, esta quarta-feira, que não assistiu a qualquer agressão de Pedro Pinho a um repórter de imagem da TVI, após o empate (1-1) com o Moreirense, em Moreira de Cónegos, apesar de sublinhar que é contra todo o tipo de violência.

"O que vi foi o senhor Pedro Pinho a querer tirar e tapar a câmara ao repórter de imagem que lá estava. Eu não vi nenhuma agressão, nem vi ainda nenhuma imagem em que se veja o senhor Pedro Pinho a agredir seja quem for. Não estou a dizer que houve ou que não houve. Agora, qualquer ato de violência, o FC Porto, e eu, particularmente, rejeito, censuro e não posso aceitar", frisou, em declarações ao Porto Canal.

Pinto da Costa sustentou a versão do presidente do Moreirense, que revelou, ao jornal "A Bola", que Pedro Pinho, autor da alegada agressão, estava em Moreira de Cónegos com credencial da equipa da casa.

O presidente do FC Porto também frisou que o repórter da TVI estava a filmar em zona indevida, o que terá desencadeado o acidente.

"Eu percebi que ele estava a querer filmar indevidamente, confirmado pelo responsável do Moreirense. De qualquer forma, está mal. Está mal que ele lá estivesse, está mal que o Moreirense o deixasse estar e está mal que o Pedro Pinho tenha ido lá mexer na câmara e fazer o trabalho que era do Moreirense e dos delegados da Liga", atirou.

Ligação com Pedro Pinho é apenas profissional


Pinto da Costa assumiu que Pedro Pinho, autor da alegada agressão, é portista e sócio do FC Porto. Contudo, assegurou que o agente de futebol "não tem nenhum cargo no FC Porto". O resto "são negócios", vincou:

"É empresário no futebol que trabalha com muitos clubes, não só no FC Porto. Hoje [esta quarta-feira] vi que o Pedro Pinho tinha faturado 16,6 milhões de contos com o FC Porto. É completamente mentira. Em cinco anos, o senhor Pedro Pinho recebeu, por serviços prestados, 3,6 milhões de euros. Mas também acrescente-se que meteu nos cofres do FC Porto 7,5 milhões com o empréstimo que o Real Madrid fez do Casemiro. Mas isso são negócios. Vê-se tanta mentira que eu até fico assustado."

O presidente do FC Porto reforçou que é "contra a violência". Todavia, lamentou que o caso tenha tido tamanha repercussão a nível nacional que até chegou à política, tendo merecido comentários de Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, de João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, ou de Rui Rio, presidente do PSD.

"Toda a gente fala. Ainda agora me ri com a notícia de que um padre e uma feira esbofetearam pessoas e eu pergunto: 'Há alguém a falar disso?' Há polícias que são agredidos barbaramente e eu alguma vez vi este aparato de ministros e secretários de Estado a falar? Seja jornalista, seja pedreiro, seja médico, seja o que for, sou contra a violência e solidarizo-me com o senhor pelo que se passou", assinalou Pinto da Costa.