"Foi a pior derrota que tivemos". É com emoção que o selecionador nacional de andebol, Paulo Jorge Pereira, reage à morte do guarda-redes Alfredo Quintana.

O guardião internacional português e do FC Porto faleceu esta sexta-feira, aos 32 anos, depois de ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória na passada segunda-feira, que o deixou em coma.

Com uma tristeza profunda, Paulo Jorge Pereira começa por classificar o desaparecimento do luso-cubano como a "pior derrota" de sempre da família do andebol.

"Para nós que privávamos com ele, é muito mais difícil separar-nos dele desta maneira. E, agora, há que dar o passo seguinte como ele daria quando estava em situação de dificuldade. Todos juntos vamos ajudar-nos e vamos acabar por superar esta perda imensa. Foi mesmo a pior derrota que tivemos até hoje", disse.

O selecionador recorda "a pessoa excecional" que era Alfredo Quintana e os momentos passados com o guardião que era uma das figuras da seleção nacional.

"São coisas difíceis de imaginar, poder passar por isto, por uma situação destas. Isto é tudo antinatural, para além de não ser justo. Se pensarmos naquilo que ele era, vamos com certeza ter muito mais força para seguir em frente. Era uma pessoa excecional no seu comportamento no dia a dia, porque vivíamos muito tempo juntos. Não era só aquela hora de ir jogar ou treinar. Portanto, são muitas coisas que fazem com que as pessoas se liguem umas às outras", explica.

Paulo Jorge Pereira dirige os seus pensamentos imediatos para aqueles que estavam ainda mais próximos daquele que era dos "melhores do mundo" na modalidade.

"O passo em frente é viver sem ele. Não estou a pensar no andebol, não estou a pensar nos Jogos Olímpicos, não estou a pensar em nada. Temos de mostrar muita solidariedade para com os colegas e para com as pessoas que privavam mais com o Quintana, para os quais é um momento muito difícil. Claro que depois, em termos desportivos, tinha um perfil único, dos melhores do mundo. É esta imagem que nos fica e só me ocorre dizer que descanse em paz e que continue a ser feliz de alguma maneira", acrescenta Paulo Jorge Pereira.

Os abraços calorosos do guarda-redes são uma memória particalmente forte que o selecionador garante que vai guardar: "Há coisas que me ficam sempre na memória, como a forma como ele abraçava. A intensidade que ele punha no abraço. São coisas que vão ficar na minha memória para sempre", termina.