02 abr, 2021 - 16:30 • Carlos Dias
Veja também:
Para gerir a equipa após o choque da morte de Alfredo Quintana, no dia 26 de fevereiro, e preparar o torneio que permitiria a qualificação histórica para os Jogos Olímpicos de Tóquio, o selecionador nacional de andebol recorreu a quem tinha passado por algo semelhante.
Paulo Jorge Pereira ligou a Alexandre Santos, o treinador de Alex Apolinário, que falecera a 7 de janeiro. O futebolista brasileiro, de 24 anos, não conseguiu recuperar de uma paragem cardíaca sofrida em pleno relvado, no jogo do Alverca frente ao União de Almeirim, quatro dias antes. Uma situação parecida com a morte de Alfredo Quintana devido a uma paragem cardiorrespiratória sofrida também quatro dias antes.
Em entrevista a Bola Branca, Alexandre Santos recorda o telefonema com um companheiro de profissão que tinha pela frente um desafio muito complicado: “O Paulo ligou-me e estivemos bastante tempo à conversa. O Paulo foi fantástico. Partilhou em relação ao que podiam ser os problemas que ia encontrar na concentração da selecção de andebol, depois do falecimento do Alfredo Quintana. Partilhei com ele algumas estratégias que enquanto líder entendi colocar em prole do bem-estar da equipa e para que ela se focasse dentro do que era possível, devido à morte do Alex. Entendi que o Paulo quis perceber como é que eu, enquanto treinador, lidei com a situação e com os jogadores.”
Alexandre Santos, de 44 anos, com passagem por diversos clubes e contextos futebolísticos nacionais e internacionais, lembra que a morte de um jogador foi uma situação nova e que, de repente, “teve na mão a liderança de um grupo que quer algo da parte do seu líder".
"Não quer nada do ponto de vista desportivo, mas quer do ponto de vista do humanismo. Quer ouvir do líder: 'Vamos por aqui.' E foi isso que transmiti ao Paulo Jorge Pereira”, conta o ex-treinador do Alverca.
Jogos Olímpicos
Rui Silva foi colega de equipa do guarda-redes no (...)
Alexandre Santos acabou por sair do Alverca, no início de fevereiro, com a equipa a escassos dois pontos do primeiro lugar da sua série do Campeonato de Portugal, que dá acesso à luta pela subida à II Liga:
“O projeto é muito interessante, gostei muito de poder ajudá-lo a desenvolver, aproveitando a minha experiência. A verdade é que dos 24 jogos que tive de Alverca, ganhámos 18 vezes, empatamos duas e perdemos quatro. Considero que, no cômputo geral, o trabalho foi muito satisfatório. Foi a primeira vez que trabalhei no Campeonato de Portugal e gostei, mas tenho pena de não ter atingido o que queria para o clube da minha terra. Há que olhar para o futuro e esperar por outro projeto”.
Alexandre Santos foi adjunto de José Peseiro, Rui Almeida e Daúto Faquirá. Como treinador principal, orientou os sub-23 de Sporting e Estoril, e as equipas principais do Real, na II Liga, e do Alverca, no Campeonato de Portugal. Atualmente, é comentador da Renascença.