De Ronaldo a Enzo Fernández. Como foi o louco mercado de inverno?

01 fev, 2023 - 00:45 • João Malheiro

Clubes ingleses levaram alguns dos jogadores que mais se destacaram no campeonato português. Porto é o grande que mexe menos, enquanto o Braga faz uma venda histórica.

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O mercado de inverno é sempre visto como um momento de imprevisibilidade, onde equipas podem perder peças chave da primeira volta da época, ou fazer reforços cirúrgicos para posições mais carenciadas. O mercado deste mês de janeiro foi o primeiro a surgir depois de um Mundial em dezembro, que se realizou no Qatar.

O último dia ficou marcado pela saída de Enzo Fernández do Benfica rumo ao Chelsea, naquele que é o maior negócio de um clube inglês.

Na reta final do mercado, o Chelsea foi protagonista de uma transferência recorde na liga inglesa e de magnitude histórica para o futebol português. Depois de se valorizar como o Melhor Jogador Jovem do Mundial do Qatar e de uma primeira volta de grande valor pelo Benfica, Enzo Fernández troca Lisboa por Londres por 121 milhões de euros.

O jogador argentino vai vestir a camisola dos blues, depois de ter falhado o jogo dos encarnados esta terça-feira, numa deslocação difícil a Arouca. O treinador Roger Schmidt confirmou a saída de Enzo Fernández para o Chelsea. "Falei com o presidente. O negócio está feito", declarou o técnico alemão.

Ronaldo das Arábias

Cristiano Ronaldo foi o protagonista da transferência mais sonante e mediática do mercado de inverno de 2023. Após a rutura com o Manchester United e de um Mundial abaixo das expetativas, CR7 deixou a Europa mudou-se para Al Nassr.

Ronaldo assinou pelo clube da Arábia Saudita até 2025, data em que terá 40 anos, por um salário de 200 milhões de euros época, mais 100 milhões de prémio de assinatura. Pelo meio, ainda foi noticiado que o internacional português também concordou em apoiar a candidatura da Arábia Saudita ao Mundial de 2030, mas o Al Nassr veio negar, publicamente, esse cenário.

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De volta à Europa, tem sido a riqueza dos clubes ingleses a causar maior instabilidade no mercado. Inglaterra tem mesmo 23 das 25 maiores contratações desta janela de transferências.

Em termos de saídas, a mais sonante terá sido a de João Cancelo para o Bayern Munique. Depois de ter dito a Guardiola que queria abandonar o Manchester City, o lateral português assinou pelo clube alemão, via empréstimo.

Já em entradas, o mais irrequieto tem sido o Chelsea. O clube londrino está em décimo lugar na Premier League e tentou reforçar-se em massa para tentar dar a volta à época.

Além de Enzo Fernandéz, os blues contrataram Mykhaylo Mudryk ao Shaktar Donestk, num negócio que já custou mais de 70 milhões. Benoit Badiashile e Noni Madueke foram outras duas referências deste mercado. E, claro, o empréstimo do internacional português, João Félix, vindo do Atlético Madrid.

Regresso de Guedes e "adeus" Porro

O Benfica apostou no regresso de Gonçalo Guedes, vindo por empréstimo do Wolverhampton, e das contratações dos jovens nórdicos Casper Tengstedt e de Andreas Schjelderup.

O Sporting também viu uma peça fundamental da época a ser cobiçado por um clube da capital inglesa. Pedro Porro assinou pelo Tottenham esta terça-feira, num negócio que ronda os 45 milhões de euros.

Para compensar, os leões contrataram o lateral espanhol Hector Bellerín e o central Ousmane Diomandé aos dinamarqueses do Midtjylland.

Porto não mexe, Braga faz História

Sérgio Conceição recorda sempre que não é fã do mercado de inverno. Será essa uma das razões que fazem os dragões a serem o único clube do top 4 da Liga Portuguesa a não fazer grandes movimentações.

A única saída foi a de Fernando Andrade para a Arábia Saudita e não deverá haver entradas. Esta terça-feira, há notícias que Fran Navarro, avançado do Gil Vicente, pode reforçar o Porto por 8 milhões, mas só na próxima época.

Em sentido contrário, o Braga investe em grande. Joe Mendes, Bruma e Pizzi foram todos contratados nesta janela de transferências para ajudar os guerreiros no assalto ao campeonato, nesta segunda volta.

Se as entradas têm peso, há uma saída que é mesmo histórica para os bracarenses. Vitinha, ponta de lança português com apenas 22 anos, foi vendido por 32 milhões ao Marselha. É a venda mais cara que o Braga já fez e a mais cara a não ser envolver um clube inglês.

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