Muitos compararam a enchente de 25 de Abril de 2024 à do 1.º de Maio de 1974. As imagens certamente sugerem isso: um mar de centenas de milhares de pessoas encheu a Avenida da Liberdade em Lisboa, e preencheu as ruas de muitas outras cidades do país.

Não faltou a "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso, nem o tradicional grito de "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!". Não faltaram as causas, nem figuras que, 50 anos depois, continuam a celebrar a liberdade.

Celeste Caeiro, a mulher que deu cravos à revolução, desceu a Avenida depois de voltar a distribuir a flor da democracia a militares.

Também os veículos militares que fizeram cair o Estado Novo, com a chamite "Bula" à cabeça, voltaram a circular pelas ruas de Lisboa. Numa reencenação do percurso revolucionário, arrastaram um mar de gente para o Largo do Carmo antes de voltarem ao Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas, na Pontinha.

No Norte, o Porto também contou com milhares de pessoas a festejar os 50 anos de democracia. Entre a multidão estavam várias gerações, algumas ainda com memórias do "dia inicial inteiro e limpo".

Em Coimbra, foram oito mil os que comemoraram a Revolução dos Cravos. A cidade dos estudantes viu-os a proclamar que a liberdade nasceu lá, e protestar por um melhor ensino superior, que a esperança de Abril continua a fomentar.