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Rui Cordeiro

Santa Clara mantém intenção de jogar na Cidade do Futebol

29 mai, 2020 - 18:15 • José Pedro Pinto

Presidente dos açorianos deixa reparo à posição irredutível do Marítimo. Apesar de 16 dos 18 estádios da Primeira Liga terem sido aprovados pela Direção-Geral da Saúde para a retoma do campeonato, Rui Cordeiro não muda de posição.

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O Santa Clara não volta atrás na decisão de prescindir voluntariamente do Estádio de São Miguel para os jogos da Primeira Liga na condição de visitado, optando, em "tempo útil", pela solução da Cidade do Futebol.

Em entrevista a Bola Branca, depois de se saber que, com Famalicão, Moreira de Cónegos e Bonfim, são já 17 os estádios aprovados (16 de clubes da Primeira Liga mais a Cidade do Futebol) para a retoma do campeonato, o presidente dos açorianos não muda uma vírgula ao que já tinha determinado.

"Quando tomámos essa decisão, tínhamos de tratar da logística e a própria Direção-Geral da Saúde deu-nos a indicação de que não estariam reunidas as condições necessárias. Foi uma decisão baseada nas circunstâncias. Tínhamos muitas reservas de que se conseguissem fazer as obras necessárias no Estádio de São Miguel para estarem reunidas as condições imediatas", começa por dizer Rui Cordeiro.

Além da logística, acrescenta, "há também o estado de ansiedade e preocupação dos jogadores e equipa técnica a menos de uma semana do regresso da competição". "Isso não era exequível, não era prático pelo que manteríamos sempre a decisão de salvaguarda dos açorianos e açorianas. Foi a melhor decisão", acrescentra, escassos minutos antes de embarcar, juntamente com a equipa, para Lisboa, onde assentará armas e bagagens até ao final de julho.

Santa Clara quer fazer parte da solução

O Santa Clara quis ser "solução e não problema para o futebol português", contribuindo para que não houvesse situações a ultrapassar com viagens ou sobrecargas nos adversários, devido ao denso calendário definido pela Liga Portugal.

"Foi uma decisão tomada em sintonia com o Governo Regional dos Açores, Liga e Federação. Foi o contributo do Santa Clara para os demais clubes não terem sobrecarga de viagens, porque o calendário é denso. É um lado positivo que o Santa Clara dá ao futebol português porque é uma maneira de estar na vida", assinala, numa declaração que merece o paralelo com o exemplo assumido pelo Marítimo.

Os madeirenses batalharam por jogar as partidas na condição de visitado na sua própria casa, os Barreiros. Rui Cordeiro não deixa de fazer um reparo, à boleia da tal "maneira de estar" do emblema de Ponta Delgada.

"Cada cabeça, sua sentença. Se o Marítimo achou que teria o direito de jogar em casa, o Santa Clara, tendo em conta as suas circunstâncias, achou que era melhor jogar na Cidade do Futebol. Na maior parte das nossas famílias, não pensamos na vida dos outros e o Marítimo tomou a sua decisão em consciência", salienta.

Regresso do público aos estádios

Numa altura em que o cenário de os estádios poderem receber adeptos ainda esta temporada está em cima da mesa, o presidente do Santa Clara aprova essa possibilidade, com as naturais limitações que serão impostas.

"Quem é que não gosta de ter adeptos nos estádios? Quem é que quer um espetáculo cultural sem espetadores? Os espetadores são o sal do futebol. Mas há que salvaguardar as questões de saúde e tudo articulado com a DGS em matéria de condições de segurança. Se tudo isso for validado: que alegria ter pessoas nos estádios", conclui.

Depois das vistorias aos estádios da Primeira Liga, foram aprovados 17 recintos para receber as dez jornadas finais do campeonato. De fora ficam o Estádio Nacional, onde joga o Belenenses SAD, e o Estádio de São Miguel, do Santa Clara. Estes dois clubes vão realizar os jogos na condição de visitados na Cidade do Futebol, em Oeiras, único novidade entre os estádios aprovados.

O reinício do campeonato acontece a 3 de junho. A Primeira Liga ficará concluída a 26 de julho. O FC Porto é o líder da classificação, com um ponto de vantagem sobre o Benfica.

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