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"Lviv é um enorme centro humanitário na guerra"

09 mar, 2022 - 18:25 • José Pedro Frazão , enviado especial da Renascença à Ucrânia

A cidade de Lviv está perto de atingir os 300 mil deslocados em consequência da invasão russa. Em entrevista exclusiva à Renascença, o presidente da Câmara de Lviv, Andrij Sadovyi, que é também o representante de todos os autarcas, garante que todos os ucranianos em fuga “terão ajuda” e classifica a situação em várias zonas no país como “muito, muito má”.

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"Lviv é um enorme centro humanitário na guerra", afirma o presidente da Câmara, Andrij Sadovyi, em entrevista exclusiva à Renascença. A cidade na parte ocidental da Ucrânia, considerada a capital cultural do país, é um dos pontos passagem dos refugiados que fogem do conflito. A invasão da Ucrânia pelas tropas russas vai no 14.º dia e já provocou pelo menos 516 mortos civis e mais de 2,2 milhões de refugiados.

Neste momento, qual é o limite da cidade em termos de deslocados?

Eu previ 100 mil pessoas. Hoje chegámos aos 200 mil e prevejo que chegaremos aos 300 mil. Estou em cooperação com os meus colegas autarcas da região de Lviv e com as cidades da Ucrânia Ocidental. Coordenamos com eles a nossa atividade. Qualquer pessoa ucraniana que queira ficar na Ucrânia terá a nossa ajuda. Uma parte ficará em Lviv, a outra parte irá para a Polónia e para diferentes países.

E nos outros concelhos qual é a situação? Quais as situações mais difíceis?

Esta manhã tive uma conversa com o presidente da câmara de Mariupol. A câmara municipal foi completamente destruída. A situação é muito, muito má.

Há situações muito semelhantes em cidades pequenas no leste da Ucrânia. Em Kharkiv a situação é má. Em Kiev, muitos cidadãos vieram para Lviv e para cidades da Ucrânia Ocidental.

Os comboios transportam ajuda importante para outras partes do país. Poderão manter-se operacionais?

Sim, sim, sim. Há um sistema que está a funcionar. Com dificuldades, mas a trabalhar.

Está confiante de que o trabalho do Exército ucraniano em diferentes partes da Ucrânia poderá evitar que a guerra chegue a Lviv?

Sim. Temos já duas semanas de luta intensa. A Rússia parou em Kharkiv e em Mariupol. Isto apenas com a energia dos soldados ucranianos. Hoje temos uma situação normal em Lviv. Conseguimos trabalhar e a estrutura governamental funciona em Lviv. Todas as embaixadas mudaram-se para Lviv. É muito importante para o nosso país.

E se a guerra chegar, a cidade de Lviv está realmente preparada para se defender?

Estamos a construir uma defesa territorial e todos os cidadãos estão prontos para proteger Lviv e a Ucrânia. Muitos homens estão a ir para o leste para proteger a Ucrânia. Hoje, todos os cidadãos na Ucrânia têm que proteger a nossa independência. É o nosso dever.

Observei os preparativos, mas o que pode dizer a Portugal e ao Mundo sobre a forma como está a preparar a sua cidade?

Hoje, Lviv é um enorme centro humanitário na guerra e penso que a situação está muito melhor. O seu apoio e as suas informações são muito importantes para a Ucrânia e para os nossos refugiados.

Muito obrigado por colocar em contacto as cidades de Portugal e da Ucrânia. Sei que há muitas cidades em todo o mundo que estão prontas a ajudar a Ucrânia. Nós estamos a lutar por um sistema democrático. Acredito na nossa vitória.

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