17 mar, 2022 - 19:45 • João Malheiro
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Depois do jornal britânico Financial Times ter divulgado um plano de paz entre Rússia e Ucrânia, o Kremlin veio classificar estes dados como "incorretos".
A cidade de Mariupol continua a ser dos pontos mais preocupantes do conflito, mas, por entre as ruínas, ainda houve quem conseguisse sobreviver aos bombardeamentos russos.
Depois de ter falado ao Parlamento Europeu e ao Congresso norte-americano, Volodymyr Zelensky discursou perante a Câmara Baixa do Parlamento alemão e pediu aos deputados germânicos para derrubar "o novo muro" da Europa.
A Renascença resume os principais acontecimentos do 22.º dia de conflito entre Rússia e Ucrânia.
A Rússia classificou como "factualmente incorreta" a informação sobre um plano de paz que estaria a ser discutido com a Ucrânia, divulgado anteriormente pelo jornal britânico Financial Times.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o plano divulgado pelo jornal britânico "contém muitas compilações e informações que são do domínio público sobre as questões que estão na agenda" das negociações.
"Mas está tudo incorretamente compilado e factualmente incorreto. Há elementos corretos, mas em geral, isto não é verdade", disse Peskov, no seu encontro diário com a imprensa.
Peskov não precisou os pontos corretos e os incorretos, remetendo quaisquer informações para quando houver progressos nas negociações.
"O trabalho continua", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
Um dos momentos marcantes do dia anterior foi um bombardeamento que destruiu o Teatro Drama, na cidade de Mariupol - um dos locais mais fustigados pelo conflito.
O teatro servia de abrigo a cerca de um milhar de pessoas, de acordo com a autarquia de Mariupol.
Ora, esta quinta-feira, segundo o governador da região, sobreviventes do ataque começaram a ser retirados dos escombros.
De acordo com informações reveladas pelas autoridades ucranianas, o abrigo subterrâneo terá conseguido resistir às bombas.
A guerra na Ucrânia provocou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos entre a população civil, incluindo mais de uma centena de crianças, até ao final do dia de quarta-feira, anunciou a ONU, esta quinta-feira.
O presidente da Ucrânia discursou perante deputados alemãos na Câmara Baixa do Budestag, através de videoconferência, e apelou ao derrubo do "novo muro" contra a liberdade que existe na Europa.
"Não é um muro de Berlim, é um muro na Europa Central entre a liberdade e a escravidão, e este muro fica maior a cada bomba lançada sobre a Ucrânia", disse Volodymyr Zelensky.
"Caro chanceler Scholz, destrua esse muro, conceda à Alemanha o papel de desempenhar essa conquista", disse, ainda, o presidente ucraniano.
Zelensly fez, deste modo, referência direta ao apelo que Ronald Reagan dirigiu a Mikhail Gorbachev, o último líder soviético, sobre o Muro de Berlim construído pela União Soviética em 1961 e derrubado em 1989, no início do colapso do regime comunista.
No início do discurso, o chefe de Estado ucraniano foi fortemente aplaudido pelos parlamentares alemães, de acordo com a AFP.