Veja também:


A resposta à pandemia e à crise económica não pode ser “adiada e prejudicada”, defende o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa reforça o apelo ao consenso em torno do Orçamento do Estado para 2021.

Na abertura da Feira do Livro do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa alerta que ao agravamento da crise económica não se pode juntar uma crise política.

“Quando disse que, neste clima de pandemia e crise económica e social, não faz sentido juntar uma crise política, disse aquilo que qualquer pessoa sensata diria”, declarou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa diz que os portugueses sabem “que a pandemia está aí e pode conhecer agravamentos, a crise económica vai conhecer agravamentos”.

“No meio disto tudo haver uma crise política significa uma interrupção, uma paralisia, uma perturbação naquilo que é essencial para, nomeadamente, utilizar os fundos de Bruxelas e por de pé um plano de recuperação”, argumenta.

Numa altura em que os partidos de esquerda iniciaram as negociações com vista a um acordo sobre o OE 2021, Marcelo avisa que ninguém ficará a ganhar com uma crise política.

“Se de repente, pelo meio, surge uma crise que obriga a um debate político e a um intervalo de meses, quer dizer que a capacidade de resposta em termos de recuperação, resposta à pandemia e à crise fica adiada e prejudicada. Quem ganha com isso? Ninguém”, conclui o Presidente da República.

O primeiro-ministro reuniu-se na sexta-feira, em São Bento, com Bloco de Esquerda, PAN e PEV para procurar um acordo político de legislatura, incluindo desde logo a aprovação do Orçamento do Estado para 2021.

O PCP solicitou "um reagendamento da reunião" com o primeiro-ministro, António Costa, e que os contactos com os comunistas "vão prosseguir ao nível técnico".

O PAN foi o único partido a prestar declarações no final da reunião. André Silva definiu as “linhas vermelhas” para um acordo sobre o Orçamento do Estado para 2021 e propõs a criação de um Rendimento Básico de Emergência (RBE).

Na quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que não vai alinhar em crises políticas, numa altura em que os partidos vão começar a negociar o OE 2021.

Marcelo Rebelo de Sousa avisa que não pretende dissolver a Assembleia da República no curto prazo de que dispõe, uma vez que há eleições presidenciais em janeiro de 2021.