De bicicleta, moto ou carro, um grupo de professores vai percorrer a Estrada Nacional (EN) 2 de Chaves até Faro, em defesa da escola pública e para reivindicar a recuperação integral do tempo de serviço congelado.

No momento da partida, no quilómetro zero, em Chaves, Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), explicava o simbolismo da iniciativa que vai estar na estrada durante seis dias e meio.

“Estamos no quilómetro zero, que é o que é recuperado do ponto de vista do Governo no diploma que foi agora aprovado; segundo são muitos quilómetros, são 738 quilómetros. O tempo de serviço também são seis anos e meio, por isso, vamos fazer faseadamente este percurso”, para demonstrar que "o tempo de serviço pode ser recuperado faseadamente".

"Vamos estar seis dias e meio em recuperação. São precisamente os seis anos e meio que estamos a haver e que estão a ser roubados aos professores do tempo que cumpriram”.

Na perspetiva deste responsável, trata-se de “uma excelente iniciativa, com uma forte carga simbólica, partindo do marco zero, que é quanto vale, neste momento, o senhor ministro da Educação no seu trabalho para o setor e para a educação”.

Na caravana, e para fazer a viagem completa até Faro, Anabela Soteia, professora de Inglês em Coimbra, conta que vai de carro para “lutar e dar visibilidade aos problemas, aos imensos problemas que os professores têm neste momento”.

Segundo a docente, os problemas são ao “nível de carreira, essencialmente, mas a nível também salarial, condições de trabalho, horários de trabalho, e também pela imensa falta de professores”.

“A qualidade da escola pública que nós queremos que se mantenha, está a perder-se, porque lhe faltam imensos recursos, sejam humanos, sejam materiais e, portanto, nós queremos dar visibilidade, mais uma vez, ao problema enorme que se está a viver na educação, de norte a Sul de Portugal”.

Com chegada a Faro, no dia 30 de maio, a “caravana pela EN2” incluirá cinco a seis paragens por dia, com ações junto dos professores, encontros com alunos, encarregados de educação e a população em geral, a quem pretendem “agradecer a solidariedade e explicar as razões da luta”.

A iniciativa é da plataforma que junta nove organizações sindicais do setor da Educação. Além da Fenprof, fazem parte da plataforma Federação Nacional da Educação, a Associação Sindical de Professores Licenciados, a Pró-Ordem dos Professores, Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados, Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação, Sindicato Nacional e Democrático dos Professores, Sindicato Independente dos Professores e Educadores e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades.