A Polícia Judiciária realizou esta quinta-feira buscas no âmbito da operação “Porta Aberta”, que investiga a atribuição da nacionalidade portuguesa a descendentes de judeus sefarditas.

As buscas com vista à “execução de mandados de busca e apreensão” aconteceram na zona norte do país, avança a PJ, em comunicado.

O alvo foram "residências, escritórios de advogados e escritórios de contabilidade" e contaram com a intervenção de um juiz e de uma procuradora da República, refere a Judiciária.

A edição online do Jornal de Notícias adianta que a Comunidade Israelita do Porto é um dos alvos da operação “Porta Aberta”, iniciada em março.

As buscas pretendem “obter prova em novos locais entretanto identificados na investigação já desenvolvida”, refere a Judiciária.

“No inquérito investigam-se, factos suscetíveis de enquadrar a prática dos crimes de corrupção, falsificação de documentos, branqueamento, fraude fiscal e tráfico de influências”, segundo a PJ.

A Polícia Judiciária “prossegue as investigações, no sentido de esclarecer a natureza e a dimensão da atividade criminosa em investigação”.

Em março deste ano, o rabino da Comunidade Israelita do Porto foi constituído arguido e ficou sujeito a termo de identidade e residência.

Daniel Litvak, suspeito de ilegalidades na atribuição de descendência judaica para a obtenção de cidadania - nomeadamente ao oligarca russo Roman Abramovich - foi ouvido por um juiz, depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária, quando se preparava para viajar para Israel.

Na altura, autoridades estiveram nas instalações da Sinagoga do Porto para interrogarem outros membros da direção do organismo, a quem foram atribuídas competências para certificar os descendentes de judeus sefarditas expulsos de Portugal no final do século XV.