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A embaixadora ucraniana em Lisboa, Inna Ohnivets, espera que o Governo português apoie a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE).

"Temos esperança que o Governo apoie a perspetiva europeia. Agora, vamos continuar o nosso diálogo. a UE precisa de compromisso, mas, pela nossa parte, precisamos de um sinal forte sobre a possibilidade de no futuro obtermos o estatuto de candidato para adesão à União Europeia", declarou a embaixadora após uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa.

A diplomata espera num "sinal forte" dos governos europeus para que a Ucrânia entre na União Europeia, adiantando que o executivo de Kiev fará o trabalho de casa para concretizar a adesão.

Inna Ohnivets falava aos jornalistas após ter sido recebida pelo primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, num encontro que durou cerca de uma hora e em que também esteve presente o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

A embaixadora afirmou depois estar ciente de que o processo de adesão de um país à União Europeia "é muito longo".

"Vamos fazer os deveres de casa, entre os quais a realização de reformas e a luta contra a corrupção. Mas o povo ucraniano está agora a lutar pelos valores europeus", afirmou Inna Ohnivets.

Perante os jornalistas, a embaixadora salientou que "o povo ucraniano está neste momento a defender não só o seu território próprio, mas também toda a Europa".

Interrogada se saiu da reunião satisfeita com a posição adotada pelo Governo português, a diplomata disse que, durante o encontro com António Costa e Augusto Santos Silva, "foram discutidas diferentes possibilidades sobre o desenvolvimento da cooperação com a União Europeia".

"Discutimos a possibilidade de desenvolver a área económica e, igualmente, como alternativa, a existência de uma parceria envolvendo países como a Ucrânia, Moldova e a Geórgia, em termos de cooperação, tendo em vista uma adesão à União Europeia", referiu.

Em relação às próximas reuniões entre os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, Inna Ohnivets insistiu que é preciso "dar uma perspetiva europeia" à Ucrânia.

"O nosso país está a lutar heroicamente pela preservação da sua soberania, numa luta contra o agressor russo. Neste momento, várias cidades ucranianas estão a ser bombardeadas pelas forças militares russas. A Rússia é um país terrorista. Está a utilizar mísseis de cruzeiro para eliminar o povo ucraniano", frisou.

Neste contexto, a diplomata considerou essencial que a Ucrânia "faça parte do mundo ocidental".

"Todos os países membros União Europeia devem apoiar esta perspetiva, dando um sinal forte ao povo ucraniano de que no futuro fará parte da família unida europeia", acrescentou.