03 mar, 2022 - 04:30 • Lusa
Autoridades ucranianas confirmaram, esta quinta-feira, a tomada da cidade portuária de Kherson, no sul do país, por parte de tropas russas, uma captura que a Rússia tinha anunciado na manhã de quarta-feira.
Kherson, com cerca de 290 mil habitantes, é o maior centro urbano capturado pelas forças russas desde que a invasão começou, em 24 de fevereiro.
O chefe da administração regional de Kherson, Gennadi Lakhouta, pediu aos moradores, através da plataforma Telegram, que fiquem em casa, indicando que "os ocupantes estão em todas as partes da cidade e são muito perigosos".
O presidente da câmara municipal da cidade, Igor Kolykhaiev, anunciou que se havia reunido com tropas russas num prédio da administração de Kherson.
"Não tínhamos armas e não fomos agressivos. Mostramos que estamos a trabalhar para proteger a cidade e a tentar lidar com as consequências da invasão", disse, numa publicação na rede social Facebook.
“Estamos a ter enormes dificuldades com recolha de corpos e enterros, entrega de alimentos e remédios, recolha de lixo, gestão de acidentes, etc.”, acrescentou Kolykhaiev.
O responsável assegurou que "não fez promessas" aos russos e "simplesmente pediu para não disparar contra as pessoas" e para que seja permitido a recolha dos corpos que se encontram nas ruas de Kherson.
O gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse à agência de notícias Associated Press que não iria comentar a situação em Kherson enquanto os combates ainda decorrerem.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que Kherson está sob “controlo total” dos militares russos.
O porta-voz disse que a infraestrutura civil da cidade, instalações essenciais e transporte estão a funcionar com normalidade e que não há escassez de alimentos de outros bens essenciais.