O presidente da Associação Nacional de Proprietários está contra a criação de uma “norma-travão” para atenuar o aumento das rendas. “Se tudo aumenta, por que carga de água há de ficar a renda congelada?”, afirma Frias Marques.

Em declarações à Renascença, os proprietários rejeitam a ideia avançada pela Associação dos Inquilinos Lisbonenses, para conter o impacto da inflação nas rendas.

Frias Marques sublinha que os aumentos previstos pelo INE, de 5,4% no próximo ano, “não são aleatórios, são em função da inflação geral que estamos a sofrer todos os portugueses”.

“Fazer um travão à possibilidade de os senhorios que põem habitação à disposição da população isso é de uma injustiça tremenda, porque o dinheiro que se paga de renda não é para o senhorio gastar em floreados. Destina-se a pagar contribuições, impostos, taxas, despesas de manutenção, limpeza e luz das escadas, reparações. É evidente que se tudo aumenta, por que carga de água há de ficar a renda congelada?”, afirma o presidente da Associação Nacional de Proprietários.

Criar uma norma-travão que impeça o agravamento das rendas de casa seria - na perspetiva dos proprietários - uma "injustiça tremenda".

António Frias Marques sustenta que alterar agora as regras do jogo, impedir a aplicação da lei vigente será o mesmo que condenar os proprietários à ruína.

O que o Governo deve fazer, diz o presidente da Associação Nacional de Proprietários, é regulamentar a atribuição, há muito prevista, de um subsídio de renda a quem realmente necessita.

E às restantes famílias, António Frias Marques diz que as rendas não são assim tão caras.

“Não vale a pena dizermos que as rendas são muito elevadas. Em Portugal há cerca de 900 mil contratos de arrendamento e 70% deles, que são 600 e tal mil contratos de arrendamento, são rendas inferiores a 400 euros. Mesmo que a renda suba 5%, que são 20 euros, isso equivale a metade do preço de uma botija de gás e aí ninguém reclama. Paga e é bico calado”, argumenta o presidente da Associação Nacional de Proprietários.