12 mai, 2020 - 22:59
Uma vela à janela de cada casa durante a procissão das velas em Fátima. Uma imagem que se repetiu um pouco por todo o país, na noite desta terça-feira, como confirmam as centenas de imagens partilhadas com a Renascença.
No Santuário de Fátima viveu-se uma noite "estranha", como se ouviu narrar o padre Jorge Duarte, assistente espiritual da rádio e pároco em Vila Nova de Gaia, na emissão rádio e digital da Renascença. Pela primeira vez na sua história, Fátima celebra os dias 12 e 13 de maio sem peregrinos nos seus espaços, que habitualmente recebem nesta altura mais de 150 mil visitantes, na sequência das decisões sanitárias das autoridades de saúde e religiosas face à pandemia de Covid-19.
Mas muitos fiéis optaram por se associar às celebrações à distância e partilharam imagens simbólicas como "peregrinos pelo coração", o mote para uma peregrinação que em 2020 não acontece fisicamente.
"Não podemos contar com a vossa presença física, mas gostaríamos de poder contar convosco. Porque não se peregrina só com os pés, mas também com o coração, propomos-vos que façais connosco uma peregrinação pelo coração, em que o caminho não é físico, mas interior", afirmou o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas.
"Este é um momento doloroso: o Santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza; mas esta decisão é igualmente um ato de responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar", afirma Cabecinhas, reiterando o apelo aos peregrinos para que fiquem em casa e evitem deslocações até ao Santuário, que estará com os seus acessos fechados.
As velas acesas em Fátima e por todo o país uniram em oração a Nossa Senhora muitos fiéis. No santuário o cardeal D. António Marto recordou todos os que estão na linha da frente da luta contra a pandemia.
“Nesta hora de provação não podíamos esquecer a representação de quem mais sofreu e continua a sofrer e dos que mais lutaram e lutam pela saúde de todos para lhes comunicar a proximidade do nosso afeto e o apoio da nossa oração: os defuntos e seus familiares, os doentes, todos os profissionais de saúde, cuidadores, idosos, pobres, famílias, sacerdotes, trabalhadores da proteção civil, dos transportes, limpeza, alimentação e outros que não se pouparam a sacrifícios, como bons samaritanos”.
A concluir a peregrinação aniversária, esta quarta-feira, 13 de maio, a oração do rosário começa às 09h00, na Capelinha das Aparições, seguindo-se a celebração da missa, presidida pelo cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima, terminando as celebrações com a Procissão do Adeus. Cerimónias que pode acompanhar na Renascença, numa emissão rádio e vídeo, no site e nas redes sociais.