09 mar, 2022 - 01:32 • José Pedro Frazão, enviado especial à Ucrânia
Veja também:
Em entrevista à Renascença, o vice-presidente da autarquia de Lviv assegura que a cidade está preparada para um cenário de combate pela cidade contra os russos.
O Presidente da Câmara assumiu que chegou a um limite de pessoas alojadas em Lviv. Qual é a capacidade total da cidade? O alojamento é o maior problema?
Precisamos de alojar as pessoas quem vêm do leste do país. Aproximadamente 200.000 pessoas vieram para Lviv e a maioria delas, mais de 100.000 pessoas, estão agora na nossa cidade. É bastante gente, mas esperamos que nos próximos dias surjam talvez mais 100.000 pessoas. Neste sentido, começámos a abrir locais para uma espécie de segunda onda. Portanto, falamos dos campus das universidades, das residências de estudantes, igrejas, bibliotecas, algumas escolas de música. São lugares onde podemos fornecer comida, dormida e que constituem um lugar seguro.
Não deve haver capacidade de ajuda interna na Ucrânia. O apoio externo é a única opção?
Neste momento, Lviv funciona como uma plataforma humanitária, uma vez que também aceitámos ajudar algumas cidades-irmãs como Kherson, Kharkiv, Mariupol ou Odessa. São locais com muitas carências e com as economias locais destruídas. Conseguimos ajudar com recursos próprios, mas precisamos de recursos adicionais, em especial para acolhimento de pessoas. Temos já cerca de 500 pontos de apoio em escolas, igrejas ou escritórios.
Como é que vão travar a inflação nos preços da habitação?
Trabalhamos com os principais hotéis para que fixem preços e não os aumentem. É possível travar a subida, não pela legislação, mas apenas por conversações. Conhecemos quase todos os donos dos hotéis e grandes apartamentos.
Renascença na Ucrânia
Em Lviv abrem-se linhas ferroviárias para a Europa(...)
Porque é que decidiram proibir o consumo de álcool?
Em tempo de guerra, o álcool pode ser um perigo sob diferentes pontos de vista. Primeiro começámos por suspender o consumo durante uma parte do dia e depois para o dia inteiro. Abriremos essa possibilidade quando ganharmos a guerra.
A Câmara de Lviv precisa de financiamento estrangeiro para gerir esta crise?
Claro que precisamos. Metade do país está como está e depois da Geórgia e da Moldávia, os ucranianos têm dúvidas sobre quem estará a seguir na lista russa. Ucrânia é o último ringue de uma guerra global que tem aqui o seu palco. Ninguém consegue explicar como é que o exército russo atacou cidades em paz, matando mulheres e crianças e bombardeando hospitais.
Lviv está preparada para se defender do inimigo?
Tudo estamos a fazer para estramos preparados. Hoje em dia em LVIV toda a gente está comprometida e estamos a fazer tudo o que pode, desde a autodefesa ao voluntariado, passando pelas pessoas que preparam as comidas ou que conduzem. Toda a gente está empenhada em ganhar esta guerra