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João Sousa: "Atitude de Djokovic é um bocadinho egoísta"

11 jan, 2022 - 14:50 • Redação

O tenista português entende que o número um do mundo defenda os seus ideais, mas diz que é "difícil aceitar" que todos tenham de estar vacinados contra a Covid-19, exceto ele.

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João Sousa considera que Novak Djokovic está a ter uma "atitude um bocadinho egoísta", na defesa dos seus ideais. Numa nota enviada às redações, desde Melbourne, onde tenta chegar ao quadro principal do Open da Austrália, o tenista português comenta o caso que tem marcado a atualidade nos últimos dias.

Sousa entende que o sérvio está, "de certa forma, a contornar [a regra] e acabou por ser o único jogador não vacinado a competir neste Grand Slam". "Muitos de nós, e não digo que seja o meu caso, mas muitos de nós também não gostaríamos de nos vacinar, mas fizemo-lo para poder disputar os torneios", acrescenta.

A organização do Open da Austrália exige que os atletas comprovem ter a vacinação completa contra a Covid-19. Djokovic não está vacinado e apresentou uma isenção médica para participar no torneio, alegando que foi infetado em dezembro, o que lhe permite obter o regime de exceção que solicitou.

Para os outros jogadores não é uma decisão fácil de aceitar, mas por outro lado entendo que ele defenda os seus ideais, enfim, é uma situação polémica, mas que temos de aceitar e que aconteceu. O importante é que as pessoas estejam bem, com saúde e que possam fazer aquilo de que gostam, que é jogar ténis", comenta João Sousa.

O assunto ganhou grandes proporções e já foi debatido entre os governos da Austrália e da Sérvia. Djokovic ganhou uma primeira batalha judicial e foi autorizado a entrar no país. O número um do mundo já treinou em Melbourne e prepara-se para participar no torneio, ainda que a ameaça de deportação não esteja totalmente afastada.

Djokovic viajou para a Austrália, mas foi impedido de entrar no país. Um funcionário fronteiriço cancelou o visto do tenista no aeroporto de Melbourne na quinta-feira.

O sérvio foi confinado a um quarto de hotel até segunda-feira, quando um juiz voltou a validar o seu visto, citando erros processuais por parte dos funcionários fronteiriços no aeroporto.

O atleta, de 34 anos, que não está vacinado, tinha recebido uma isenção médica da federação australiana de ténis - que organiza o torneio - das suas regras de vacinação para competir, porque o sérvio teria sido infetado com Covid-19 em dezembro.

Mas a Força Fronteiriça Australiana recusou-se a permitir-lhe uma isenção das regras nacionais de vacinação para os não-cidadãos que chegassem, alegando que uma infeção nos seis meses anteriores era apenas motivo para uma isenção de vacina nos casos em que o novo coronavírus causou doença grave.

Há também novas questões sobre o pedido de entrada de Djokovic no país, após documentos divulgados pelo tribunal terem revelado que ele disse às autoridades que não tinha viajado nos 14 dias anteriores ao seu voo para a Austrália.

Djokovic, que tem residência em Monte Carlo, aterrou em Melbourne pouco antes da meia-noite de quarta-feira, respondendo "não" à pergunta sobre viagens anteriores no seu formulário australiano de Declaração de Viagem.

Mas o atual campeão do Open da Austrália foi filmado a jogar ténis nas ruas da capital sérvia, Belgrado, no dia de Natal, e a treinar em Espanha a 31 de dezembro - ambas as datas dentro da janela de 14 dias.

Djokovic disse aos oficiais de fronteira que a federação australiana de ténis completou a declaração em seu nome, mas foi notado pelo responsável que cancelou o seu visto que a entidade desportiva o teria feito "com base em informações fornecidas pelo titular do visto".

Desde que o visto de Djokovic foi cancelado, a tenista checa Renata Vorácová e um dirigente de ténis europeu foram deportados por razões semelhantes.

O Governo conservador de Morrison culpou a federação australiana de ténis, que os ministros acusam de enganar os jogadores sobre os requisitos de vacinas da Austrália.

Contudo, os jornais locais noticiaram que a federação pedira ao Departamento de Assuntos Internos para verificar a documentação do visto do Djokovic e de outros jogadores antes de embarcarem nos aviões. O departamento não o terá feito.

O Open da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, decorre entre 17 e 30 de janeiro em Melbourne.

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  • Joao Monteiro
    11 jan, 2022 Porto 15:52
    Pelo teor do artigo, confirma-se que o problema generalizado se torna cada vez mais o sentimento de inveja pelo benefício da liberdade. "Muitos de nós, e não digo que seja o meu caso, mas muitos de nós também não gostaríamos de nos vacinar, mas fizemo-lo para poder disputar os torneios". Estas palavras demonstram que o problema maior deixou de ser a prevenção de covid (pois já está provado que quem está vacinado tem um risco maior de distribuição do virus do que quem não está), mas sim a reação a roçar "birra" por ainda haver pessoas que beneficiam de o status de não vacinado, como se tratasse de um pedestal não autorizado, numa sociedade de aceitação prior confirmação. Djokovic não defende a não vacinação por questão de status, ou por displicência ou falta de cuidado com quem o rodeia, mas sim porque considera que os riscos para a saúde dele superam os benefícios da mesma vacina. Eu bato palmas ao seu carácter e idiossincrasia, não por ter evitado (ainda) a vacinação, mas por defender os seus princípios, especialmente num clima hostil como o que tem vivenciado. #supportnovak

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