Eduardo Barroso acusa Frederico Varandas de conivência com a carga policial sobre a Juventude Leonina, durante o jogo entre Sporting e Casa Pia, em Alvalade, após o lançamento de material pirotécnico.

Em declarações a Bola Branca, o antigo presidente da Assembleia Geral do Sporting classifica a atuação da polícia na bancada do Estádio de Alvalade como "um absurdo total", além de implicar que o Varandas se aproveitou da situação para cortar de vez relações com a Juve Leo.

"Apoiar a polícia naquela carga policial sobre os adeptos do Sporting? Já houve alturas em que pensei que pudesse haver alguma lógica nessa atuação mais musculada, e aproveitar isso para cortar novamente a possibilidade de chegarmos a um acordo com uma claque fundamental no Sporting? Não se troca a nossa coerência, a nossa dignidade, por apoio a polícias que exageram na sua atuação", lamenta.

Eduardo Barroso realça que "faz parte das funções da presidência do Sporting defender os adeptos, independentemente das divergências que tenha com as claques". Embora concorde que é preciso colocar os grupos organizados de adeptos "a funcionar de maneira correta", o antigo dirigente acusa Varandas de "não saber gerir" esse relacionamento.

"Temos de perceber que há muito presentes envenenados, para se elogiar a presidência do Sporting, para dizer que está a fazer uma coisa notável. Não, não está a fazer uma coisa notável", declara.

Em causa estão incidentes entre a polícia e adeptos do Sporting, no sábado, na zona destinada à Juve Leo, quando pouco passava dos 20 minutos de jogo com o Casa Pia, que os leões venceram por 3-1.

Em declarações à Renascença, no sábado à noite, o porta-voz da Direção Nacional da PSP, Nuno Carocha, explicou que a polícia entrou na bancada para apreender tarjas "com frases ofensivas", e artigos pirotécnicos "prestes a ser deflagrados". Alguns adeptos tentaram dificultar a ação.

No domingo, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP detalhou que a polícia interveio porque "um grupo de adeptos do Sporting preparou e acionou (...) o lançamento de inúmeros foguetes, de utilização proibida no estádio, colocando em risco a integridade física dos espectadores e agentes desportivos". A PSP referiu que também agiu devido à exibição de uma tarja "com teor ofensivo para as forças policiais".

“No momento da saída dos polícias da bancada, os adeptos do Sporting arremessaram cadeiras na sua direção, tendo havido intervenção para a reposição da ordem pública, com o uso da força necessária à situação em concreto. (...) Foram intercetados quatro adeptos do Sporting envolvidos nestes atos, apreendidas as tarjas e o material utilizado para o lançamento de foguetes", acrescentou a PSP.

No domingo, o Sporting deu "por terminadas as tentativas de celebração de protocolo" com a Juventude Leonina. Claque com que a direção tinha feito as pazes exatamente quatro meses antes, a 23 de junho.

O Sporting "lamenta e repudia os episódios de violência" de sábado à noite e irá "colaborar ativamente com as forças de segurança" e a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto "para identificação de todos os responsáveis pelas ocorrências".