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Paulo Gomes. "O que estão a fazer ao Vitória é um crime público"

27 ago, 2020 - 13:21 • Redação

Tribunal Arbitral do Desporto indeferiu a providência cautelar requerida pelo Vitória de Setúbal, que pretendia a suspensão da desclassificação da Liga. O presidente da SAD garante que "o Vitória não vai acabar" e manifesta convicção de que será dada razão ao clube. Teme é que não seja em tempo útil.

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O presidente da SAD do Vitória de Setúbal não se conforma com a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), que indeferiu a providência cautelar requerida pelo clube para suspender a desclassificação dos campeonatos profissionais, determinada pela Liga.

A descida ao Campeonato de Portugal não é, assim, suspensa e Paulo Gomes diz que "o que estão a fazer ao Vitória é um crime público". Certo de que a razão está do seu lado, o dirigente teme que a decisão final chegue já muito tarde.

"O Vitória vai ter razão neste processo, o problema é que não vai ser decidido em tempo útil. Vamos fazer tudo por tudo para que a decisão do TAD seja tomada antes de o campeonato começar", compromete-se o presidente da SAD, numa referência ao recurso interposto no TAD sobre a decisão tomada pela Liga.

A derrota nesta primeira batalha, no entanto, não dá o tempo que o Vitória precisava para expor os seus argumentos. Paulo Gomes lamenta que o tribunal tenha feito uma análise "superficial" das razões apresentadas pelo clube.

"O que apresentámos para o pedido da providência cautelar foi visto de forma aligeirada", sustenta, falando de um "dia triste para o Vitória e para a cidade". Nesta conferência de imprensa, convocada pela SAD depois de Paulo Gomes ter falado com os jogadores e técnicos que estão a trabalhar no Bonfim, o dirigente garantiu que, apesar de todas as dificuldades, "o Vitória não vai acabar" e acusou a Liga de parcialidade

"Este clube tem problemas graves, mas temos de ser nós a resolvê-los. A Liga não conhece bem o Vitória e as gentes de Setúbal. A presidente da Câmara está chocada com esta decisão, porque os valores do Vitória não prevaleceram. A Liga devia ser imparcial", reclama.

Com o indeferimento da providência cautelar, por parte do TAD, mantém-se a decisão da Liga de desclassificação do Vitória, que deverá, assim, inscrever-se no Campeonato de Portugal. Paulo Gomes prevê um prejuízo a rondar os 2 milhões de euros, por ano, com a descida ao Campeonato de Portugal.

A preparação da época terá, neste momento, de ser revista e a direção vai reunir com o plantel nos próximos dias para definir o futuro.

O Portimonense vê, assim, confirmada a presença na I Liga. Os algarvios terminaram o campeonato no penúltimo lugar, foram despromovidos à II Liga, mas perante a desclassificação do Vitória (16.º classificado), a Liga convidou o Portimonense a apresentar candidatura ao licenciamento nas competições profissionais.

O Portimonense tem a sua situação financeira e fiscal regularizada e tem garantida a permanência, pela via administratitva. A decisão do TAD também tem implicações para o Casa Pia. O clube lisboeta, último classificado da II Liga à altura da suspensão do campeonato devido à pandemia de Covid-19, foi despromovido ao Campeonato de Portugal.

A desclassificação do Vitória levou a Liga a convidar o Casa Pia a apresentar candidatura aos campeonatos profissionais. Vítor Franco, presidente dos gansos, já garantiu à Renascença que o clube cumpre todas as exigências para disputar a II Liga.

Além do Vitória de Setúbal, o Desportivo das Aves, último classificado da I Liga, também viu o processo de licenciamento rejeitado. A equipa nortenha não recorreu da decisão e tenta a inscrição no Campeonato de Portugal. Por via da desclassificação do Aves, o Cova da Piedade, penúltimo classificado da II Liga, foi convidado a ficar no segundo escalão e já tinha a permanência garantida.

A decisão do TAD permite à Liga Portugal realizar o sorteio das competições, agendado para sexta-feira, já sem a presença do Vitória de Setúbal, com Portimonense no calendário da I Liga e Casa Pia no do segundo escalão.

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  • Américo José Contumélias
    27 ago, 2020 14:58
    Há um velho ditado "Tandas vezes vai o cântaro à fonte que um dia parte-se..." Sou de Setúbal, Vitoriano e é com alguma mágoa que vejo este desfecho, empurrou-se demasiadas vezes o problema com a barriga e nestes últimos anos demasiado amadorismo na gestão do clube, com dirigentes muito tenrinhos que caíram agora como tordos, nas garras dos todos poderosos da Liga. Faltou aqui a astúcia e a manha dos Oliveiras, que se mexiam bem os cordelinhos e exerciam as suas influências no seio dos poderosos. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado, há que reinventar o clube e renascer das cinzas, mas sem parasitas e abutres que destruíram o clube ao longo de décadas. Viva o Vitóóóórrrriiiiaaaaa. Vitória Sempre
  • Ivo Pestana
    27 ago, 2020 Funchal 14:09
    Nada disso, a Lei é para cumprir.

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