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"D" de divórcio. Reino Unido começa hoje a separar-se da União Europeia

29 mar, 2017 - 07:22

O processo não se antevê simples, até porque o divórcio com o exterior está a reacender azedumes internos. O “brexit” começa agora e na Madeira já se pensa em evitar possíveis efeitos negativos.

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O Reino Unido acciona, esta quarta-feira, o artigo 50º do Tratado de Lisboa, através do qual pede, oficialmente, a sua saída da União Europeia. A carta, assinada e escrita à mão pela primeira-ministra britânica, Theresa May, é entregue em Bruxelas.

A carta é dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que já disse que a resposta com as directrizes para as negociações seria enviada no espaço de 48 horas.

De acordo com o artigo 50º do Tratado de Lisboa, as negociações que agora irão começar devem durar dois anos, mas há quem sugira que irá muito além disso.

Pela frente, há muito para fazer, nomeadamente separar entidades que estiveram unidas durante 47 anos e que formaram uma teia complexa de legislação e interdependência.

Há ainda a definir como fica o estatuto do Reino Unido em relação à UE, os acordos feitos no âmbito comunitário, o estatuto dos cidadãos comunitários a viver no Reino Unido e dos britânicos que se mudaram para os outros Estados-membros.

Isto, sem contar com todas as questões de ordem financeira e económica que as empresas terão de enfrentar.

Para já, os europeus assumem, em geral, uma posição dura, até porque querem evitar outras eventuais situações separatistas. Do lado britânico, existe uma postura de optimismo, insistindo nas vantagens (pouco nas desvantagens) do “brexit”.

A verdade é que desde a vitória da separação em referendo, Escócia e Irlanda do Norte voltaram a insistir na autonomia. Na terça-feira, o Parlamento escocês aprovou a realização de um segundo referendo, mas a decisão foi chumbada por Londres.

Madeira intensifica promoção no Reino Unido

A antecipar o “brexit”, o secretário regional da Economia da Madeira anuncia que vai gastar mais 10% para promover a região no mercado inglês.

“Fazemos aprovar hoje um acréscimo de 700 mil euros para reforço da acção no mercado inglês”, afirma Eduardo Jesus.

O secretário regional explica que a prioridade é não perder o mercado que leva cerca de um milhão e meio de turistas por ano à ilha. O Reino Unido “contribui com cerca de 20% do movimento no sector turístico, portanto é um mercado que nos interessa bastante, uma origem que tem um peso grande no conjunto da actividade da Madeira”, explica.

“A expectativa nem é uma conquista de mercado, mas não perder o mercado que temos”, sublinha, em entrevista à Renascença.

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