O frei Isidro Lamelas ajuda-nos a explorar o património dos grandes vultos dos primeiros séculos da Igreja e a perceber como contribuíram para universalizar o conceito cristão de misericórdia.
Estava muito longe de Lisboa, quanto mais de um convento franciscano, quando Isidro Lamelas começou a receber as suas primeiras lições sobre misericórdia, que considera ser a “essência do cristianismo” e que, tal como o cristianismo, se aprende.
“Vivíamos numa casa bastante grande e o rés-do-chão tinha muitos recantos. Uma parte era reservada a animais, outra era a adega e outra os palheiros, dos fenos. Muitas vezes apareciam pessoas ali, em minha casa, e eu via-as a dormir no sofá, ou no palheiro, outras vezes a beber com o meu pai na adega. Depois, comecei a perceber que eram pessoas que estavam em viagem, ou em busca de algo, ou a fugir. E o meu pai acolhia-os sempre.”
A experiência deixou marcas. “Ficou-me essa sensibilidade, como o meu pai e a minha mãe, que não tinham grandes formações, sabiam que como cristãos tinha-se de actuar assim”.
O sacerdote não consegue deixar de encontrar paralelos com a situação actual da Europa. “Lembro-me destas histórias porque nós estamos a viver esta experiência dos refugiados que vêm, que nos estão a entrar pela casa dentro. Como cristãos necessariamente precisamos desta escola, que nos ensine desde pequenos a acolher. A acolher independentemente de quem são, de onde vêm, e depois logo se vê. Claro que é um risco.”
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António Costa
28 mai, 2016 Cacém 12:23
E porque é que se recebermos uma pessoa com "gripe", não a podemos tratar? Temos que a misturar com os outros, porquê? Deus não nos ensinou a tratar do Outro? Se deixarmos as pessoas doentes sem tratamento, a doença vai espalhar-se e matar toda a gente! A crise da Europa não é de refugiados, a Europa sempre recebeu refugiados! É de Ignorância e de Falta de Coragem em dizer que ESTES refugiados estão muito doentes! Que a "doença" que devasta os seus países de origem se está agora a começar a espalhar pela Europa! Uma Europa que tem VERGONHA de chamar as "doenças" pelo Nome Certo!
Jorge
28 mai, 2016 Lisboa 12:01
There´s no such thing especialmente o espanto daquele que até lhe faz doer o coração.