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"As populações à volta da Pasteleira foram completamente esquecidas"

10 mar, 2023 - 06:30 • João Malheiro

Num relato à Renascença, uma moradora dos arredores da Pasteleira descreve uma perda do "direito ao espaço público". Esta sexta-feira, várias associações de moradores da zona da Pasteleira vão reunir-se com a secretária de Estado da Administração Interna para abordar o problema do tráfico e consumo de droga.

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Uma moradora de Lordelo do Ouro, nas imediações do bairro da Pasteleira, diz que os habitantes desta zona da cidade "foram completamente esquecidos".

Num relato feito sob anonimato à Renascença, esta portuense reconhece que "há um esforço por parte do Governo em ajudar os toxicodependentes", mas que "não se vê nada para ajudar as comunidades que sofrem com este drama social".

Esta sexta-feira. várias associações de moradores da zona da Pasteleira vão reunir-se com a secretária de Estado da Administração Interna, em Lisboa, para abordar o problema do tráfico e consumo de droga.

"Vamos tentar saber o que o Governo pode fazer para nos ajudar", diz.

"Há uma perda do nosso direito ao espaço público", queixa-se. "Temos uma população cada vez mais toxicodependente que massacra toda agente que vive aqui."

"Somos assaltados diariamente. São os carros e as casas. As crianças das escolas são abordadas, quando estão a almoçar. As escolas, antes de começarem as aulas, têm de fazer recolha de seringas", conta.

A entrevistada da Renascença reconhece que, nos últimos tempos, com a mediatização do problema, "nota-se alguma diferença, com mais polícia na rua".

Mesmo assim, os moradores querem "mais videovigilância instalada nos arredores da Pasteleira" e que o Governo ajude "a parar o consumo à porta das escolas".

"Não faz sentido ver toxicodependentes a injetar-se à porta das escolas. Não pode ser", apela.

Os moradores reconhecem que se trata de "um problema extremamente complexo" que "não pode ser resolvido só por um Ministério".

"Também tem de passar pelo Ministério da Justiça, da Saúde, da Segurança Social, etc.. Tem de ser tudo integrado", remata.

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