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"Preocupada" com potencial rutura de medicamentos, Ordem dos Farmacêuticos sugere subir preços

21 dez, 2022 - 09:48 • Tomás Anjinho Chagas

Bastonário foi ouvido no Parlamento esta quarta-feira e assinala "aumento das ruturas". Não é o único, mas o principal problema identificado é o mecanismo que impede aumentar os preços, diz a Ordem.

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A Ordem dos Farmacêuticos garante que "sempre existiram" ruturas de medicamentos, mas assume estar "preocupada com o aumento" deste fenómeno.

O bastonário dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, está esta quarta-feira a ser ouvido na Assembleia da República, a pedido do Chega, precisamente para ajudar a compreender o que tem levado a que as farmácias não tenham stock disponível de alguns medicamentos.

"Aquilo que nos preocupa não é haver ruturas, isso faz parte da nossa realidade. O que nos preocupa aqui é o aumento e a tendência de aumento dessas ruturas", começou por explicar o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, que refere que o problema não se cinge apenas a Portugal, alargando-se a vários países europeus.

E porquê? Para a Ordem, a principal causa é o "mecanismo" que limita o aumento do preço dos medicamentos, o que retira muitas vezes a "sustentabilidade" dos fármacos para quem os vende.

"Só excecionalmente é que se pode aumentar o preço. Acho que esse é um problema que temos de enfrentar", sublinha Hélder Mota Filipe, adiantando que está em contacto com o Ministério da Saúde para encontrar uma solução.

Segundo a Ordem, a resposta passa por "perceber quando é que um medicamento deixa de ter sustentabilidade para estar no mercado" e, nesses casos, "encontrar um mecanismo célere para rever esse preço", leia-se, aumentar o preço desse fármaco -- tal como já tinha sido sugerido ontem pelo bastonário da Ordem dos Médicos.

Na resposta aos deputados, Hélder Mota Filipe afirma que "obviamente que se os preços achatarem demais, o produto asfixia e ele sai do mercado". Para resolver isso, há duas soluções: permitir o aumento do preço de venda dos medicamentos ou possibilitar que o Estado compense esse aumento, para na prática o neutralizar para a carteira dos contribuintes.

"A solução pode, e deve ser, o aumento de preços em algumas situações", clarifica o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.

Nas útlimas semanas, as farmácias têm assumido dificuldades em repor alguns medicamentos. Ontem, a Associação Nacional de Farmácias admitia à Renascença constrangimentos na reposição de paracetamol, iboprufeno e xaropes para crianças.

Ainda esta semana, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que "não vão faltar medicamentos essenciais em Portugal" nesta quadra natalícia.

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  • EU
    21 dez, 2022 PORTUGAL 19:16
    Aumentar os PREÇOS, eis a solução. Se os preços aumentarem JÁ HÁ disponibilidade de matéria química. Vou contar uma " istoria " da minha juventude. Minha Avó era uma agricultora com FARTURA e não abastada. Tinha terrenos agrícolas donde colhia, batata, milho, centeio, feijão, azeite, toda a variedade de fruta, cebolas, calondros ( agora abóbora) uvas, donde fazia o vinho e tudo mais que a terra reproduz. Na arranca da batata(s) não permitia que se desperdiçassem as mais pequeninas, pois essas eram para cozer e alimentar os porcos que nos davam depois todas as qualidades do fumeiro. Nas malhadas dos cereais, milho, centeio e feijão dava-me uma vassoura feita com giestas para eu b(v)arrer TODO o grão que nos escapava. Na vindima, enquanto os Graúdos cortavam os c(g)achos, a minha Avó mandava-me apanhar os bagos, sem terra, pois era de bagos que o vinha se fazia. Nas primeiras vezes, anos, até gostava dessas tarefas, mas depois, pensando que já era graúdo, perguntei porque razão tinha de apanhar TUDO. A resposta foi rápida, quanto mais colher, mais temos para comer, dar e vender. A minha Avó também vendia, tinha compradores certos a que hoje chamamos revendedores. Pois é Senhor Bastonário, a minha Avó não aumentava o preço daquilo que vendia, mandava que não houvesse desperdício, pois a quem Ela vendia tinham menos posses que Ela. DESAPRENDAM a aumentar em vez de aprenderem a saber GERIR. O dinheiro não se reproduz como a BATATA ou o FEIJÃO. Bom Natal e Feliz Ano 2023.

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