A líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, defende que a ala esquerda tem de se organizar e escolher uma figura forte para as eleições presidenciais de 2026, para voltar a conseguir eleger o Presidente da República.

"Há quase 20 anos que a direita ocupa o Palácio de Belém. Se podemos dizer que isto aconteceu pela organização e união da direita, também podemos dizer que a esquerda não se tem organizado como devia", diagnostica a líder da bancada do Livre no arranque do Congresso.

Isabel Mendes Lopes diz que "é preciso fazer um caminho conjunto" e pede uma "figura que defenda direitos cívicos, igualdade e justiça social".

Sobre o presente e o cenário político que o país atravessa, a líder parlamentar do Livre acusa a AD de ser "inconstante quanto à sua disponibilidade para dialogar com a extrema-direita" e promete que o partido está a palmilhar terreno para uma viragem.

"O Livre vai continuar o seu caminho preparado para uma mudança de ciclo de um próximo governo das esquerdas", promete a deputada, que é cabeça da lista A ao Grupo de Contacto (direção) do Livre.

Em jeito de retrospetiva, e no rescaldo de uma vitória eleitoral para o partido, que passou de um para quatro deputados, Isabel Mendes Lopes fala no "melhor momento de sempre" do Livre.

"Nenhum partido tem processos mais democráticos"

O tema é incontornável. No arranque do Congresso do Livre, que começou este sábado na Costa da Caparica, em Almada, os dirigentes assumem que houve problemas no processo de escolha do cabeça de lista pelo partido às europeias.

"O Livre escolheu fazer política de forma diferente, com mais abertura e inclusão. O preço é o de errarmos em algumas áreas. Alguma vez que erremos é preciso ter a humildade de o reconhecer, corrigir e prosseguir. Não há nenhum partido em Portugal com processos mais democráticos que o Livre", afirmou Patrícia Gonçalves, presidente da Assembleia do Livre.