A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusa o novo Governo de “tomar Portugal por parvo” com a polémica em torno da redução do IRS.

“Luís Montenegro fez de parvos os jornalistas e os deputados. O Governo toma Portugal por parvo”, declarou Mariana Mortágua, este sábado, numa intervenção no final da Mesa Nacional do partido.

A coordenadora do BE considera que as únicas promessas do Governo do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que são para “levar a sério” são as destinadas aos patrões.

“Entre todas as promessas de Montenegro ficamos a saber agora - e já desconfiávamos - as únicas que são para levar a sério são aquelas que a confederação dos patrões pôs no Programa de Governo, são as únicas que interessam, são as únicas para cumprir. Aí é que está a força do compromisso”, atirou Mariana Mortágua.

A líder bloquista considera que as “promessas feitas aos patrões e que estão no Programa de Governo batem certo com as premissas do projeto de modernidade da direita”.

“Premissa um: baixamos os impostos aos lucros, mais investimento, a economia cresce. Premissa dois: se liberalizarmos os setores estratégicos, os preços descem e o serviço melhora. A medida: abrir ao privado a ferrovia, as respostas sociais, escancaram a saúde ao negócio. Premissa três: se flexibilizamos a Lei Laboral, os salários e a produtividade aumentam. A medida: retirar da lei geral garantias sobre trabalho experimental, sobre os horários de trabalho, sobre a extinção do vínculo do trabalho”, acusou Mortágua.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, esclareceu na sexta-feira que, afinal, a redução adicional do IRS vai rondar os 200 milhões e não 1.500 milhões de euros.

Em entrevista à RTP, Miranda Sarmento clarificou assim que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro esta quinta-feira, no início do debate do Programa de Governo, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor.

O Partido Socialista fala num "embuste" e vai avançar com um pedido de debate de urgência na Assembleia da República, a propósito da polémica com a redução do IRS, que terá a presença do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

O Chega anunciou este sábado que vai pedir uma audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças para esclarecer a polémica sobre a medida da AD para a redução do IRS.