No Algarve, a Autoridade Marítima admite que possa haver embarcações que escapam ao controlo dos radares de vigilância costeira. Mas, depois da chegada de mais um barco com migrantes ilegais vindos de Marrocos, na segunda-feira, a malha da fiscalização foi apertada, garante à Renascença o comandante do porto de Faro.

“É possível que haja desembarques que passam na vigilância das diversas entidades que efetuam vigilância costeira. As embarcações usadas para este tipo de atividades ilícitas são pequenas embarcações de borracha, de madeira, que dão pouco eco no radar e, portanto, torna-se um pouco difícil intercetar”, começa por dizer.

“Mas exercemos a vigilância quer por meios tecnológicos quer por meios visuais e reforçamos a área de patrulha”, ressalva o comandante Fernando Rocha Pacheco.

Têm chegado à costa portuguesa diversas embarcações com migrantes de Marrocos. Nos últimos meses, o ritmo parece ter abrandado, mas pode haver casos que escapam aos radares.

Na segunda-feira, foram detidos três homens de nacionalidade marroquina em Vila Real de Santo António, onde chegaram de forma clandestina numa embarcação pneumática, que depois abandonaram numa praia. Foram ouvidos em tribunal na terça-feira e presume-se que a embarcação pudesse transportar mais pessoas.

Este foi o sétimo desembarque de migrantes na costa algarvia desde Dezembro de 2019.

O último tinha-se dado a 15 de setembro de 2020, quando as autoridades intercetaram o grupo de migrantes que desembarcou ilegalmente na ilha Deserta, em Faro, e se colocou em fuga de seguida.